Luiz André Ferreira

Fundo Amazônia: retomada e impacto

Investimentos impulsionam a conservação e recuperação florestal

Foto: Reprodução/Flipar
Fundo Amazônia: retomada e impacto


Duas medidas implementadas nesta semana têm um impacto positivo no processo de restauração e preservação da Amazônia diante de tantas agressões sofridas pelo bioma. Foi anunciado que o Fundo específico para esta floresta está recebendo um aporte de R$ 460 milhões da Noruega e do Reino Unido .

Essa linha de investimentos forma a maior iniciativa de Redução de Emissões provenientes de Desmatamento e Degradação Florestal (REDD+) do mundo, além de fomentar projetos para combater o desmatamento e promover o desenvolvimento sustentável da região.


A contribuição da Noruega é emblemática. Foi o primeiro a integrar o Fundo Amazônia - que completa 15 anos e, até hoje, é o maior doador absoluto, totalizando R$ 3 bilhões.

“Este anúncio renova os compromissos da Noruega e é demonstração da confiança de que, com o governo Lula, retomamos o enfrentamento ao desmatamento, depois de quatro anos em que o Fundo Amazônia ficou paralisado”, comentou Tereza Campello, diretora Socioambiental do BNDES. 

O complemento da doação britânica é cerca de R$ 215 milhões. Isso sem contar as contribuições já feitas no decorrer de 2023: da União Europeia - aproximadamente R$ 110 milhões - e da Dinamarca - equivalentes - R$ 105 milhões.

Este ano marcou o processo de retomada do Fundo Amazônia após ter sido paralisado na gestão anterior devido à fuga de investidores estrangeiros que discordavam da política ambiental brasileira em vigor.

Restaura Amazônia

Durante a  COP-28, foi lançada a maior chamada pública já realizada pela iniciativa, o “Restaura Amazônia”, que destinará R$ 450 milhões a projetos de recuperação ecológica de grandes áreas desmatadas.

Desde a sua criação, em 2008, o Fundo Amazônia já financiou 106 projetos, num investimento total de R$ 1,8 bilhão. As ações apoiadas já beneficiaram aproximadamente 241 mil pessoas com atividades produtivas sustentáveis atendendo a 101 terras indígenas e 196 unidades de conservação.

BB Verde

A outra boa notícia vem do protocolo de intenções assinado pelo Banco do Brasil e o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) para identificar iniciativas que promovam a sociobiodiversidade e a resiliência climática na região amazônica. Entre as ações conjuntas a serem adotadas, está a busca por parcerias nacionais e internacionais para captação de recursos.

Estão previstas iniciativas como troca de informações e documentação técnica, realização de eventos, visitas operacionais e rodadas de atração de investimentos, além de intercâmbio entre especialistas e divulgação de conhecimentos e experiências. O prazo de vigência do protocolo é de dois anos, podendo ser prorrogado.

“Desde 1985, quando criamos a Fundação Banco do Brasil para desenvolver projetos socioambientais, até hoje, temos um histórico de apoiar nossos clientes, parceiros e toda a sociedade no desenvolvimento econômico aliado à preservação do meio ambiente e melhoria de qualidade de vida das pessoas”, comenta José Ricardo Sasseron, vice-presidente de Negócios Governo e Sustentabilidade Empresarial.

Na região amazônica, o BB atua como um dos principais agentes financiadores das cadeias de valor dos produtos florestais. Atualmente, o Banco aplica mais de R$ 52 bilhões em projetos com adicionalidades sociais e ambientais no território e opera desde o financiamento de fornecedores de insumos, sementes e outros elementos, até o apoio aos exportadores.

“Para tornar concreto os compromissos que vem sendo discutidos no nível global, precisamos ampliar as fontes de financiamento para viabilizar a sociobioeconomia nas regiões mais vulneráveis, como a Amazônia. É onde precisamos chegar para gerar uma economia verde e inclusiva, e são parcerias como esta com o BB que podem garantir escala e impacto positivo para a economia, o ambiente e, principalmente, para a população”, destaca Eduardo Tavares, secretário nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros do MIDR.