Mordaça: o governo quer calar jornalistas?
Afastamento de Paulo Henrique Amorim reforça tese de que o governo usa a máquina do Estado e o seu poder gigantesco para perseguir inimigos; confira
Por iG Último Segundo | – por Walfrido Warde, advogado e presidente do IREE |
Mais um episódio do que parece ser uma perseguição política contra jornalistas críticos ao governo.
Essa foi a vez, depois de Marco Antônio Villa e de Rachel Sheherazade , de Paulo Henrique Amorim, o âncora do Domingo Legal da TV Record . A emissora o afastou de seu programa dominical , líder de audiência, que apresentava há 12 anos.
O curioso é que todos os personagens dessa verdadeira caça às bruxas são grandes expoentes do jornalismo, verdadeiras galinhas dos ovos de ouro para os seus empregadores.
Imaginem os leitores, que tipo de pressão faria uma empresa ter de se livrar dos seus principais ativos! Que tipo de ameaça, ou de favores, pode motivar alguém a cortar o próprio braço?
Se há ameaça ou favores, o importante é que o governo , nessa hipótese, usa a máquina do Estado e o seu poder gigantesco para perseguir inimigos, precisamente aqueles inimigos dos quais depende a alteridade de pensamento e de opinião.
Você viu?
E isso, se de fato aconteceu, é golpe brutal contra a liberdade de imprensa , para que dela só brotem elogios. Uma tentativa de assassinato do jornalismo crítico, investigativo, do jornalismo de oposição e do livre pensar, que são alicerces da democracia e do Estado de Direto.
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Uma tentativa, até agora bem sucedida, de controlar o coração e a alma, por meio do pensamento, das brasileiras e dos brasileiros.
A imprensa, todavia, como coletividade, haverá de se opor a esse ataque e, corajosa como foi em tempos ainda mais tenebrosos, resistir para o bem do bom, do belo e do justo.
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