Em busca de garantir a governabilidade no Congresso Nacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem cobrado do Centrão que se cumpra o acordo firmado entre eles no primeiro semestre.
Segundo informações divulgadas pelo colunista Valdo Cruz e confirmadas pela coluna Panorama, Lula questionou os partidos do bloco sobre quais cargos desejariam ocupar no governo.
O PP pleiteou o comando da Caixa Econômica Federal, enquanto o Republicanos solicitou o domínio da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). O presidente, empenhado em cumprir a última etapa do acordo, atendeu às solicitações dessas legendas. Contudo, o PP agora reivindicando a nomeação de vice-presidências na Caixa.
Lula afirmou que o acordo original previa a presidência, mas que estaria aberto a discutir a possibilidade de trocas de vice-presidências. No entanto, deixou claro que não entregaria todos os cargos da diretoria da instituição ao Centrão.
O presidente pretende manter a área de Habitação na Caixa, especialmente devido ao Programa Minha Casa Minha Vida, uma das principais marcas dos governos do PT.
O Centrão demonstrou sua insatisfação com essa postura, mas Lula e seus aliados salientam a importância de respeitar os acordos prévios e da necessidade de ambas as partes cederem para construir um governo de coalizão bem-sucedido.
Nos bastidores, observadores apontam que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), provavelmente desempenhará um papel central na busca por uma resolução desse impasse.
No entanto, a administração do Palácio do Planalto enfatiza que, ao contrário do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ)., Lula não cederá a qualquer custo.
"Lira sabe que Lula não é Bolsonaro e terá que negociar para chegar a um acordo", afirmou uma fonte.
Procurada pela coluna, o Palácio do Planalto não se manifestou sobre o tema até a publicação da reportagem. Caso se posicione, a matéria será atualizada.