Lula cobra respeito do Centrão em relação a acordos firmados

Presidente Lula não quer ser pressionado por troca nas vice-presidências da Caixa

Foto: Reprodução
Lula ao lado de Arthur Lira


Em busca de garantir a governabilidade no Congresso Nacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem cobrado do Centrão que se cumpra o acordo firmado entre eles no primeiro semestre.

Segundo informações divulgadas pelo colunista Valdo Cruz e confirmadas pela coluna Panorama, Lula questionou os partidos do bloco sobre quais cargos desejariam ocupar no governo.

O PP, União Brasil e Republicanos, membros do Centrão, apresentaram suas demandas, com cada um solicitando o controle de um ministério.

O PP pleiteou o comando da Caixa Econômica Federal, enquanto o Republicanos solicitou o domínio da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). O presidente, empenhado em cumprir a última etapa do acordo, atendeu às solicitações dessas legendas. Contudo, o PP agora reivindicando a nomeação de vice-presidências na Caixa.

Lula afirmou que o acordo original previa a presidência, mas que estaria aberto a discutir a possibilidade de trocas de vice-presidências. No entanto, deixou claro que não entregaria todos os cargos da diretoria da instituição ao Centrão.

O presidente pretende manter a área de Habitação na Caixa, especialmente devido ao Programa Minha Casa Minha Vida, uma das principais marcas dos governos do PT.

O Centrão demonstrou sua insatisfação com essa postura, mas Lula e seus aliados salientam a importância de respeitar os acordos prévios e da necessidade de ambas as partes cederem para construir um governo de coalizão bem-sucedido.


Nos bastidores, observadores apontam que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), provavelmente desempenhará um papel central na busca por uma resolução desse impasse.

No entanto, a administração do Palácio do Planalto enfatiza que, ao contrário do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ)., Lula não cederá a qualquer custo.

"Lira sabe que Lula não é Bolsonaro e terá que negociar para chegar a um acordo", afirmou uma fonte.

Procurada pela coluna, o Palácio do Planalto não se manifestou sobre o tema até a publicação da reportagem. Caso se posicione, a matéria será atualizada.