Alesp: Base manda recado à oposição em processo contra Mônica Seixas

Conselho de ética abriu procedimento contra deputada do Psol por suposta ofensa contra secretária da Mulher

Foto: Rodrigo Costa/Alesp
Mônica Seixas, líder do PSOL na Alesp, alvo de processo no Conselho de Ética

A abertura de processo de cassação contra a deputada estadual Mônica Seixas (PSOL) no Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) foi classificado nos corredores como um ‘recado’ da base de Tarcísio de Freitas (Republicanos) à oposição.

Na terça-feira (24), o conselho aprovou a abertura do processo por sete votos a um. Ela é acusada de racismo contra a secretária da Mulher, Sonaira Fernandes, ao citar a palavra ‘token’ para fazer críticas ao baixo orçamento destinado à pasta. O processo foi enviado pela deputada Valéria Bolsonaro (PL).  

Nos bastidores, deputados da base acreditam que a punição para Mônica não deve ser pesada. Parlamentares acreditam que, no máximo, ela deverá ser suspensa por algumas semanas.

Ao iG, Mônica classificou a medida tomada pelo conselho como perseguição. Ela ainda criticou a forma em que os deputados tratam a quebra de decoro parlamentar entre base e oposição ao governo.

"Eu entendi como perseguição. Tentativa de silenciamento. O que chama a atenção é a forma desavergonhada em que estão aparelhando o Conselho de Ética. A Alesp já foi e é marcada por graves caso por quebras de decoro, o conselho foi provado na Legislatura passado e agora está sendo emparelhado para ameaçar e chantagear a liderança do PSOL", afirmou

"O alvo da minha ofensa era o Tarcísio. O termo é para se referir a uma pessoa branca que mente ao dizer que é tolerante com a diversidade por ter proximidade com uma pessoa pertencente a uma minoria", concluiu.

O iG conversou com alguns deputados nos corredores da Alesp que classificaram a medida como um recado às tentativas da oposição de tentar travar pautas de interesse do Palácio dos Bandeirantes. Mônica é uma das lideranças que mais utiliza artifícios para trancar as sessões plenárias e obrigar o adiamento das votações.

Nas últimas semanas, a oposição se uniu para obstruir todos os projetos votados na Casa. A ideia tem como pano de fundo o envio do texto que autoriza a desestatização da Sabesp, além da dificuldade de emplacar projetos de deputados petistas e psolistas.

A cúpula quer mudanças na proposta e promete judicializar o texto enviado pelo Palácio dos Bandeirantes. Os deputados da base, por sua vez, tentam negociar com os deputados petistas e do PSOL para acalmar os ânimos e aprovar os projetos dos deputados e de Tarcísio de Freitas.

Parlamentares da oposição admitiram à coluna que deverão conversar com o presidente da Alesp, André do Prado (PL), para segurar o processo contra Mônica no Conselho de Ética. O encontro deve acontecer na próxima semana.