O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) tomou uma posição rígida e impositiva em relação ao prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB-SP) ao expressar suas condições para apoiar a possível reeleição do prefeito à Prefeitura de São Paulo.
A tensão entre Bolsonaro e Nunes teve início quando surgiu a possibilidade de Marta Suplicy, ex-prefeita de São Paulo e ex-membro do PT, integrar a chapa de Nunes como vice-prefeita.
Valdemar Costa Neto, presidente do PL, demonstrou interesse em contar com a presença de Marta, o que desagradou profundamente Bolsonaro, que afirmou categoricamente que "jamais irá se unir com petista".
A recusa de Bolsonaro em aceitar Marta Suplicy na chapa não é casual. Ela tem uma longa história de mais de três décadas no Partido dos Trabalhadores, incluindo seu mandato como prefeita da capital paulista pelo partido. Além disso, ela fez campanha aberta em apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022, criticando a gestão do ex-presidente.
Outro ponto de discórdia entre Bolsonaro e Nunes é a posição do prefeito sobre a polarização política no país. Nunes manifestou em diferentes ocasiões que não se identifica como "nem Lula e nem Bolsonaro".
Para o núcleo duro de Bolsonaro, essa postura do prefeito indica uma tentativa de se distanciar do rótulo de "bolsonarista", possivelmente motivada pela alta rejeição ao ex-presidente nas pesquisas de opinião.
Diante dessas divergências, o capitão da reserva impôs condições claras a Ricardo Nunes para considerar o apoio à sua reeleição. O ex-presidente exige que Nunes faça declarações públicas de alinhamento com seu governo e que defina rapidamente o perfil do vice da chapa.
Bolsonaro esclareceu que não é uma exigência que o vice seja necessariamente filiado ao PL, mas sim que esteja alinhado ao seu posicionamento ideológico.
Neste cenário, Nunes se encontra em uma encruzilhada, tentando equilibrar sua imagem entre os perfis "moderado" e "bolsonarista".
A pressão para que ele tome uma decisão rápida é cada vez maior, pois Bolsonaro já discute a possibilidade de lançar o senador Marcos Pontes, também do PL-SP, como candidato à prefeitura, caso Nunes não se alinhe com suas expectativas.