O Podemos está contestando a decisão judicial que resultou no bloqueio de suas contas. O partido alega que cumpriu parte do contrato firmado com a agência de publicidade D7, no valor de dois milhões, referente à pré-campanha do ex-juiz Sérgio Moro para a presidência da República. Segundo o contrato, a empresa deveria realizar a produção de propaganda partidária para os órgãos estaduais e nacionais no primeiro semestre de 2022.
Segundo a legenda, a D7 executou a primeira parte do contrato, elaborando materiais para veiculação nos órgãos estaduais entre fevereiro e abril de 2022. Contudo, após a desfiliação de Moro do Podemos, a agência não produziu o material de propaganda para o horário nacional, previsto para ser veiculado em junho do mesmo ano.
Diante disso, a agência recebeu apenas metade do valor contratado e busca reivindicar a segunda parte do pagamento. No entanto, Podemos se defende, argumentando para a coluna Panorama que a D7 não cumpriu integralmente o contrato, e efetuar o pagamento seria ilegal e poderia configurar enriquecimento ilícito da produtora.
A decisão da Justiça de São Paulo, que determinou o bloqueio do fundo partidário do Podemos, se tornou pública nesta segunda-feira (31). A agremiação é acusada de não pagar R$2 milhões à agência de publicidade.
Na época da contratação, o Podemos montou uma estrutura para impulsionar a pré-candidatura de Sérgio Moro à presidência. Mas o ex-juiz saiu da legenda na reta final da janela partidária, se transferindo para o União Brasil e desistindo da corrida eleitoral presidencial.
A D7 diz que entregou todo o material previsto no contrato e, após tratativas extrajudiciais, o partido não se posicionou sobre o tema, conforme revelou a jornalista Daniela Lima na GloboNews.
“A pendenga ficou tão feio que a Justiça de São Paulo autorizou o bloqueio dos bens do fundo partidário do Podemos. A juíza diz que num primeiro momento entendeu que não dava para bloquear o fundo partidário, mas todas as vezes que entram com uma ação contestando, o partido tira os recursos da conta para impedir o bloqueio, assim a juíza decidiu bloquear o fundo partidário”, explicou a apresentadora.
Enquanto o caso segue em discussão judicial, o Podemos e a D7 aguardam o desdobramento do processo.
O senador Sérgio Moro, que foi acusado por ex-aliados de traidor por ter saído do Podemos, também não se pronunciou a respeito do problema que envolve sua pré-campanha à Presidência.