Nos corredores de Brasília, uma das principais discussões tem sido a respeito das negociações entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e lideranças Centrão. As conversas têm despertado interesses e dividido opiniões, pois envolvem a possibilidade de uma aliança entre Lula e partidos como PP, PL e Republicanos. A expectativa é que ocorra uma reforma ministerial ainda neste segundo semestre.
Apesar de ter sido muito criticado ao longo do governo Bolsonaro, o Centrão se manteve com grande poder no Congresso Nacional e agora busca ter maior espaço no Palácio do Planalto, já que as siglas que compõe o bloco possuem diferentes interesses e preferem ter alianças estratégicas.
Diferente do seu antecessor, Lula sempre deixou claro que senta para negociar com qualquer político eleito. Porém, ao longo das negociações, avisou que não aceitará chantagem. Qualquer mudança no governo precisará ter o seu aval, mesmo o petista querendo ampliar seu leque de alianças.
Arthur Lira (PP-AL) e seus aliados enxergam na união com Lula uma oportunidade de aumentar a influência política, ocupando espaços estratégicos no governo e obtendo recursos para suas bases eleitorais.
Porém, líderes do Centrão sabem que precisarão explicar a aliança com o governo federal, já que estiveram muito conectados com Bolsonaro. Lira é um dos que entrará na mira dos bolsonaristas, caso confirme sua entrada e de aliados na gestão petista.
Lula também deverá ser cobrado e acusado por figuras de uma esquerda mais radical de incoerência ideológica. Porém, o presidente falou publicamente que seu objetivo é ter um governo que dialogue com todos os setores da sociedade.
O entorno de Lula também usa como argumento que a política brasileira é complexa, o que leva governantes a realizarem alianças pragmáticas ao invés de estar apenas com representantes que possuem a mesma afinidade ideológica.:
As negociações entre Lula e o Centrão representam a dinâmica da política nacional. Alianças e negociações fazem parte do jogo, gerando críticas, mas também apresentando soluções, como a aprovação de projetos importantes para o Palácio do Planalto.
Diferentemente do que ocorreu com a votação da reestruturação dos ministérios, o atual presidente não quer mais passar sufoco no Congresso Nacional.
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