O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), se reuniu nesta segunda-feira (5) com o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais). O chefe do legislativo apresentou uma série de reclamações dos deputados federais sobre a articulação política do Palácio do Planalto e usou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), como exemplo positivo de relação entre membro do governo federal e o Congresso.
Lira explicou passo a passo de como passou a ter uma relação de confiança com Haddad. Ele relatou que o responsável pela pasta econômica faz questão de escutar as opiniões das lideranças partidárias, detalha quais atitudes tomará para que os projetos sejam apreciados pelos parlamentares e só promete aquilo que pode cumprir.
O presidente da Câmara contou na reunião que trabalha em conjunto com o ex-prefeito de São Paulo para que a reforma tributária seja aprovada no Congresso sem nenhuma dificuldade.
Lira aproveitou para dizer a Rui Costa e Padilha que todos do governo deveriam seguir o exemplo de Haddad. O deputado chegou a dizer que o ministro da Fazenda consegue convencer a todos que os projetos econômicos não são do Planalto, mas de toda a classe política, dando aos parlamentares sensação de “pertencimento”.
O presidente da Câmara ainda apontou que diretores do Ministério da Fazenda confraternizam e buscam pedir opiniões de deputados e senadores todos os dias, o que facilita a boa convivência entre Congresso e a pasta econômica. “Se determinado ministro não gosta de confraternizar, que coloque alguém que goste para fazer isso”, sugeriu Lira.
Lula controla grupo para evitar ciúmes
Ao escutar os elogios de Lira a Haddad, Lula afirmou que sabe do poder de articulação do ministro da Fazenda, por isso o colocou no cargo. Porém, disse que confia nos chefes das Relações Institucionais e da Casa Civil. “O Rui foi governador oito anos e o Padilha já foi ministro. Eles sabem como articular”, pontuou o petista na reunião
Lula explicou a Lira que uma das dificuldades do governo foi “limpar” o Planalto por causa da gestão anterior. Ele chegou a dizer que o Congresso agora é diferente de 20 anos, então o Planalto precisa ser também. Se no passado deixou muita gente de confiança do FHC no governo, ele não pode fazer o mesmo com bolsonaristas.
Porém, prometeu mais agilidade e pragmatismo para nomear os cargos de segundo e terceiro escalão do governo.
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