O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez uma autocrítica na semana passada e prometeu a aliados que estará mais presente nas discussões que ocorrem em Brasília. Ele garantiu que participará de forma mais intensa nas negociações dos projetos do Palácio do Planalto.
Em churrasco promovido por ele na sexta-feira (26), o chefe do Executivo federal questionou ministros e lideranças da base governista quais motivos fazem com que seu governo tenha dificuldade em dialogar com o Congresso. A resposta que ouviu da maioria é que há pouca participação dele no dia a dia.
O petista lembrou que, durante a campanha do ano passado, avisou ao seu grupo que deixaria as questões internas para aliados resolverem, porque sua função seria recuperar a imagem do Brasil internacionalmente. Porém, foi alertado que o plano não está funcionando.
A explicação dada por ministros e lideranças é que o Congresso agora possui maior protagonismo e a falta de Lula tem feito muitas pessoas do governo brigar para terem maior poder. O pedido é que o presidente passe a conversar mais com deputados, senadores e ministros do Supremo.
Até Alexandre de Moraes falou ao governante que magistrados do STF e TSE estão incomodados por não conseguirem marcar reuniões com Lula. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral enumerou uma série de vezes que tentou contato com o petista, mas não obteve sucesso.
Lula concorda e promete maior participação
No meio de tantas reclamações, Lula prometeu estar mais presente das discussões que ocorrem em Brasília. Ele quer mais reuniões – de preferência com churrasco – com deputados e senadores. Também pretende se encontrar com maior freqüência com os membros do Poder Judiciário.
A ideia é ter uma base mais sólida no Congresso, escutar com maior atenção os desejos de Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente, e demonstrar boa vontade com as decisões da Suprema Corte.
Lula também quer evitar maiores atritos entre os seus ministros. Ele não gostou nem um pouco da troca de farpas entre a ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva (Rede-SP), e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira de Oliveira (PSD-MG).
Ainda tratou como inadequada a cobrança pública que sofreu por parte da ministra dos Povos Originários, Sônia Guajajara (PSOL-SP). O chefe do Executivo atribuiu o comportamento a falta de experiência política, mas deixou claro que não aceitará novamente esse tipo de comportamento, independentemente de quem seja o ministro.
A ordem é que todos os problemas entre ministérios sejam resolvidos internamente.
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