PT apresenta notas fiscais contra Deltan Dallagnol; deputado rebate

Partido dos Trabalhadores acusa Deltan de lavagem de dinheiro, abuso do poder econômico e caixa dois

Deltan Dallagnol foi chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato no MP
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom
Deltan Dallagnol foi chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato no MP


O deputado federal Deltan Dallagnol é acusado pelo PT de ter praticado abuso do poder econômico , caixa dois e utilizado verba de fontes proibidas durante as eleições de 2022. O Partido dos Trabalhadores move um processo contra o parlamentar na Justiça Eleitoral e apresentou notas fiscais de pagamentos feitos ao ex-assessor da Lava Jato Matheus Almeida Rios do Carmo com recursos do Fundo Partidário.

Entre fevereiro e junho do ano passado, quando Deltan ainda estava em sua pré-campanha, o Podemos do Paraná pagou a Matheus com dinheiro do Fundo Partidário, conforme mostram notas fiscais divulgadas em veículos de comunicação do estado paranaense, no qual o iG teve acesso nesta terça-feira (28).

De acordo com a ação apresentada pelo PT para a Justiça Eleitoral, a contratação de Rios do Carmo teve como principal função desviar dinheiro do Fundo Partidário para quitar despesas pessoais e da pré-campanha de Dallagnol. O mecanismo feito pelo ex-procurador fez com que os pagamentos ultrapassem os R$ 100 mil, aponta o Partido dos Trabalhadores.

A legenda ainda acusa Deltan de ter tido despesas enormes na pré-campanha sem apontar quais as origens dos recursos. Por conta disso, os petistas argumentam que há indícios de que o contrato com Matheus tinha como objetivo desviar dinheiro público para quitar dívidas feitas antes do começo da campanha.

O PT declara que Dallagnol cometeu abuso do poder econômico, caixa dois e utilizou verbas de fontes proibidas. A agremiação ainda argumenta que o ex-procurador cometeu outros crimes penais e eleitorais, como lavagem de dinheiro do Fundo Partidário.

A legenda, representada no caso pelo advogado Luiz Eduardo Peccinin, alega que os valores pagos por Deltan são maiores do que “todos imaginavam” e que não há nenhuma menção nas notas de que o ex-assessor da Lava Jato era um consultor político, justificativa dada por Dallagnol sobre os pagamentos.

Outro ponto apresentado pelo PT é o fato que Matheus não tinha “vasta atuação jurídica”, conforme alegou o deputado federal, pois o Podemos foi o único cliente dele. O que chamou a atenção de Peccinin é que o partido de Dallagnol já tem advogados especialistas à sua disposição.

No entanto, Matheus rebate a afirmação do Partido dos Trabalhadores, argumentando que trabalhou como assessor de procuradores da Operação Lava Jato.

O outro lado

A equipe de Dallagnol enviou uma nota ao Portal iG rebatendo as acusações feitas pelo PT. A defesa do deputado revela que a ação feita pelo Partido dos Trabalhadores foi julgada "improcedente por unanimidade" por parte do TRE do Paraná, porque não identificou "provas de irregularidades na pré-campanha" do ex-procurador.

"A documentação que teria sido juntada segundo a imprensa, mas que não consta nos autos, pela Federação “Brasil da Esperança” não traz nenhuma novidade ao processo movido contra Deltan Dallagnol e nem indica a existência de quaisquer atos ilícitos. Pelo contrário, os fatos trazidos já foram examinados pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE/PR) em outra ação ajuizada em 2022, que o TRE/PR julgou improcedente por unanimidade. O TRE/PR entendeu que a ação era vaga e genérica e que não existem provas de irregularidades na pré-campanha de Deltan Dallagnol ou na atividade político-partidária do Podemos/PR", diz trecho da nota.

"Deltan fez campanha limpa, barata e modesta e as contas de campanha foram aprovadas por unanimidade pelo TRE/PR. O PT segue pregando pacificação, mas executando divisão social e vingança contra os agentes da lei que combateram a corrupção, seguindo a diretriz de seu líder Lula, ainda que o faça de modo leviano e maldoso", completou.


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