Ministério encerra grupo que analisa concessão do Santos Dumont
Pasta justifica que objetivo foi cumprido, pois uma nova licitação vai incluir também o Galeão
Os integrantes do grupo de trabalho criado pelo Ministério de Infraestrutura para analisar o modelo de concessão do aeroporto Santos Dumont receberam, na noite desta quinta-feira (10), um e-mail avisando que os trabalhos serão encerrados.
O texto justifica que o objetivo foi cumprido, uma vez que o grupo de Singapura Changi, sócio majoritário da concessão do Galeão, resolveu pedir a relicitação do terminal internacional.
O colegiado foi criado por pressão política de setores políticos e econômicos do Rio, temerosos de que o leilão do Santos Dumont inviabilizasse as operações na Ilha do Governador, que já enfrenta uma grande perda de passageiros por causa da pandemia.
Ao longo do dia, tanto Eduardo Paes (PSD) como o presidente da Assembleia, André Ceciliano (PT), reagiram mal à notícia. No Twitter, o prefeito do Rio ironizou:
"Parabéns às mentes brilhantes envolvidas! Isso mostra mt a credibilidade do nosso país junto a investidores internacionais (nesse caso se inclui o governo de Cingapura) SQN!".
Em nota, Ceciliano também bateu na tecla da imagem internacional do país: "O anúncio de que o grupo operador de aeroportos Changi, de Singapura, está devolvendo a concessão do Galeão, é péssimo para imagem do Brasil, para economia do Rio de Janeiro e mais um resultado da falta de coordenação que existe na infraestrutura aeroportuária da região Sudeste, especialmente do Rio de Janeiro".
O governador Cláudio Castro (PL), por outro lado, viu uma oportunidade: "Com a decisão da concessionária do Galeão de entregar o aeroporto, o RJ e o Brasil têm uma enorme oportunidade para fazer a relicitação alinhada com a concessão do Santos Dumont. Vamos trabalhar para valorizar os dois aeroportos e construir o melhor resultado para o estado".
O senador Carlos Portinho (PL), muito crítico ao modelo de concessão originalmente apresentado pelo Governo Federal, ressalvou que "nunca é bom para o país a saída de um grande operador internacional de aeroportos", mas também viu um ponto positivo. Em um fio no microblog, ele conclui defendendo que os dois equipamentos poderão operar "de forma harmônica e complementar, geridos por um mesmo concessionário".