Dr. Jairinho: a tensão na Câmara

Polícia Civil comprovou que o Dr. Jairinho tem um histórico de agressão e truculência, inclusive contra menores de idade

Foto: Renan Olaz/CMRJ
Dr. Jairinho: a tensão na Câmara

Antes das 7h da manhã de ontem, vereadores cariocas já trocavam mensagens de indignação sobre o envolvimento do colega Jairo Souza Santos, conhecido como Dr. Jairinho , na morte do menino Henry Borel, de 4 anos. Daí para frente, a vida do vereador mudou completamente. O ponto alto foi a decisão da polícia em prender o parlamentar e a mãe de Henry.

Pressionada pela sociedade, a Comissão de Ética da Câmara, presidida pelo vereador Alexandre Isquierdo (DEM) e integrada por Chico Alencar (PSOL), Rogério Amorim (PSL), Rosa Fernandes (PSC) e Zico Papera (Republicanos), decidiu pelo afastamento de Dr. Jairinho da Comissão. Para seu lugar, assume o vereador Luiz Ramos Filho (PMN).

"Precisamos agir com imparcialidade, com firmeza, para dar uma resposta à sociedade", disse. Os vereadores Teresa Bergher e Chico Alencar ficaram indignados e são a favor do afastamento de Dr. Jairinho. "Tem que ser afastado imediatamente do mandato. Depois, de posse do inquérito, pediremos sua cassação", comentou Alencar. O procurador-geral da Câmara, José Minc, explicou que não há fundamento jurídico, neste momento, para afastá-lo do mandato.

PASSADO QUE CONDENA

A Polícia Civil reuniu elementos que comprovam que o Dr. Jairinho tem um histórico de agressão e truculência, inclusive contra menores de idade. O parlamentar, em seu quinto mandato consecutivo, foi expulso do partido Solidariedade - e ainda teve seu salário na Câmara Municipal do Rio suspenso.

O presidente da Câmara, Carlo Caiado, disse à coluna que a casa "agiu rápido" e que a decisão de retirar Dr. Jairinho da Comissão de Ética e o envio do documento oficialde afastamento será encaminhado para Caiado e, em seguida, imediatamente, o MP e a Justiça serão comunicados das providências. Sobre a possível cassação, dependerá do rito ainda a ser iniciado.

Invasão a hospitais

O diretor do hospital Albert Schweitzer, Eduardo Henrique Ferreira da Silva, fez um longo relato sobre a ida do vereador Gabriel Monteiro (PSD) à unidade. O parlamentar e assessores têm entrado em hospitais com argumento de fiscalização, apesar de uma pandemia.

Eduardo Henrique conta que "na UTI Neonatal, a equipe teve que solicitar às enfermeiras que barrassem pessoas de terno que se intitulavam como 'assessores do Vereador', que entraram, sem autorização, em locais sensíveis como a Unidade Intermediária Neonatal onde estão bebês sob cuidados semi-intensivos".


Efeitos da cloroquina

Documento enviado ao Supremo Tribunal Federal assinado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde denuncia "o aumento o número de casos de pacientes diagnosticados com a Covid-19 que acreditaram no 'tratamento precoce' ou 'kit Covid' defendido pelo presidente Jair Bolsonaro, e, como consequência, têm ido para a fila de transplante de fígado por desenvolver intoxicação chamada hepatite medicamentosa".