Prisão de Daniel Silveira ainda divide opiniões

Divisão ocorre mesmo dentro do PSL, partido do bolsonarista preso, com alguns apontando "precedente perigosíssimo" e outros dizendo que ele "acha bonito ser feio" e "gosta de se autopromover"

Foto: BETINHO CASAS NOVAS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) foi preso na semana passada

A decisão da Câmara dos Deputados de manter aprisionado o deputado federal Daniel Silveira (PSL/RJ) divide opiniões de parlamentares fluminenses. O autor da Lei Seca, Hugo Leal (PSD/RJ), disse que votou pela soltura de Silveira por "motivação constitucional e infraconstitucional e política", explicou. "Não há como aceitar uma ordem judicial desta natureza, primeiramente baseada na malfadada Lei de Segurança Nacional e segundo estabelecer um flagrante se utilizando de um instrumento das redes sociais. Abre-se precedentes perigosíssimos. Ainda que pudesse constatar crime, deveria enviar o termo ao parlamento e este sim, estabelecer uma punição, até mesmo mais imediata, e instaurar procedimento no Conselho de Ética. Este seria o rito constitucional a ser obedecido. Aliás dito recentemente por um criminalista: o parlamentar enalteceu o AI-5, mas o juiz fez pior, aplicou o AI-5", justificou indignado.

O outro lado

Já o colega de partido do PSL, deputado federal Felício Laterça pensa diferente. Ele foi um dos que votaram a favor de manter a prisão do deputado Daniel Silveira. Para Laterça, o parlamentar "envergonha" o policial militar. "Ele foi expulso da PM. Um homem que se regozija de ser preso inúmeras vezes. Ele acha bonito ser feio. E assim que ele agia como parlamentar", disse. Laterça contou ainda que Silveira revelou que já teria gravado conversas com algumas pessoas. "Ele me revelou que ele já tinha feito algumas gravações. Ele tinha esse mau hábito. Acabou gravando conversas de parlamentares dentro do ambiente da Câmara. E se valendo disso para se autopromover. Ele disse para mim, que também havia gravado o presidente da República. Eu falei: 'Meu Deus! Que homem é esse!'".

Repúdio ao decreto de armas

Nota assinada por 83 organizações da sociedade civil repudia os decretos do governo Bolsonaro que aumentam a quantidade de armas e munição para cada cidadão. "Além de terem sido publicadas de forma açodada, sem estudo de impacto social ou consulta à sociedade civil, representam um outro risco, uma vez que ampliam o acesso ao armamento que pode ter como destino a ilegalidade", diz.

Importância do esporte

O secretário estadual de Esportes, Lazer e Juventude do Rio de Janeiro, Leandro Alves, colocou em sua agenda a visita a municípios da Região dos Lagos para conhecer os projetos sociais voltados para os jovens. "Vamos mapear inúmeras oportunidades e áreas em potencial, que podem agregar para a realização de grandes eventos", disse.