Agrava a falta de médicos

A corrida pela vacina contra a Covid-19 terá consequências severas, sobretudo à população do Rio

Nuno
Foto: Foto: Daniel Castelo Branco / Agência O Dia
Nuno

A ansiedade para a chegada de uma ou mais vacinas contra o coronavírus está levando o Brasil a fazer uma contagem regressiva. Por isso, o tema Saúde estará mais presente nos próximos meses nesta coluna marcadamente dedicada à política fluminense. Lamentavelmente o município do Rio de Janeiro é hoje a capital com maior número de óbitos pela Covid-19.

Neste momento, o governador em exercício Cláudio Castro, o prefeito Marcelo Crivella e o novo prefeito, Eduardo Paes, negam a possibilidade de fechamento total na cidade, dizem que não vão diminuir a flexibilização e que a solução estaria na abertura de novos leitos. O problema é que cresce o número de pacientes com a doença e, depois de uma semana de promessas, nada de novos leitos. O principal argumento das autoridades seria a falta de recursos financeiros e dificuldade na contratação de médicos.

Crise que se repete 

Só como exemplo, no Hospital Ronaldo Gazolla (especializado em covid) existem hoje 310 leitos ocupados e a possibilidade de abrir outros 70 de CTI. Para que isso acontecesse, se necessitaria de contratar 91 médicos. A gestora da unidade, Riosaúde, começou um processo de contratação. Entretanto, não conseguiu ainda o número mínimo de profissionais para poder abrir os leitos. Ao mesmo tempo, muitos médicos que trabalhavam durante a pandemia, naquele hospital, resolveram deixar a unidade, por vários motivos. Assim, além daqueles 91 médicos necessários para abrir os novos leitos, a Riosaúde precisa repor os 84 profissionais que desistiram de trabalhar naquele hospital - para evitar que alguns dos 310 leitos ocupados sofram algum problema.

A situação está caótica e desesperadora. Sem contar que são necessários recursos financeiros para adquirir insumos para os leitos novos. Enquanto estas providências não são tomadas, centenas de pessoas se aglomeram nas filas das UPAs.

Vacinação em Campos

Após ser diplomado como prefeito de Campos, Wladimir Garotinho (PSD) disse que vai manter contato com o Instituto Butantan, de São Paulo, e elaborar um protocolo de intenção para possível aquisição de vacinas contra o novo coronavírus e que a prefeitura não vai fazer programação de verão, a exemplo de outros municípios da região.

Alertas do setor elétrico

O consultor Adriano Pires enviou relatório para seus clientes dizendo que a boa notícia vinda da Petrobras é que ela continuará com seu plano de desinvestimento e bateu recorde na exportação de petróleo graças ao pré-sal. E sobre o setor elétrico, "começamos a pandemia em abril e maio com queda da demanda e com preços da energia muito baixos, algo como R$ 50/ MWh, e estamos terminando ano com preços superiores a R$ 500/MWh e assustados com possíveis apagões".