Ministro do STF, Flávio Dino busca transparência para as chamadas
Foto: Governo Federal
Ministro do STF, Flávio Dino busca transparência para as chamadas "emendas Pix"


Já  tratamos aqui nesta coluna sobre as chamadas "emendas Pix", cuja existência provocou uma espécie de "audiência de conciliação" entre os poderes da República. Para quem não lembra da dita-cuja, esse tipo de emenda é aquela em que não é informado o nome do parlamentar autor da emenda e nem a destinação específica da verba envolvida.

Como se tratasse de um rematado abuso e desconsideração total ao princípio da publicidade, transparência e amplo acesso à informação, o STF , por meio do ministro Flávio Dino , determinou a suspensão de repasse ou pagamento de mais de R$ 4 bilhões deste tipo de emenda. E ainda decidiu: só haverá liberação com a vinda a público das informações pertinentes.

O tempo passou e, bem recentemente, a Câmara enviou ao ministro as tais informações, mas... parece não ter sido uma boa recepção. Acusando a presença de inconsistências e contradições, nomeando a resposta e os procedimentos da Câmara de "balbúrdia". Só tendo acesso aos autos se poderia avaliar se Dino "pegou pesado" ou se manifestou na medida certa. O fato, porém, é que as explicações não foram aceitas.

Senado envolvido

Para piorar, a Câmara, em sua manifestação, acabou por envolver o Senado no imbróglio, alegando ter agido e seguir agindo na mesma linha adotada pelo Senado que, contudo, jamais foi questionado pelo STF sobre seus procedimentos. Dino, então, resolveu incluir o Senado em sua decisão, cobrando explicações e informações sobre as emendas parlamentares daquela casa também.

A grande pergunta no momento é: a decisão de Dino pode ser o ponto inicial de uma crise maior? Isso, objetivamente e sem conjecturas forçadas, só o tempo dirá. Agora, é possível intuir que o Legislativo muito dificilmente ficará numa posição passiva diante de toda essa situação, mesmo sendo, em última instância, o criador do problema.

E se o Executivo e o Judiciário têm as suas armas, o legislativo tampouco fica atrás. Esse começo de ano promete. Mas promete o quê? No contexto aqui tratado, promete treta, muita treta.

Para ler mais textos meus e de outros pesquisadores, acesse  Instituto Convicção.

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