O governo fez vários leilões de venda da moeda norte-americana
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O governo fez vários leilões de venda da moeda norte-americana


O governo atual  se colocou como um governo de retomada, ou, segundo o slogan oficial, um governo de reconstrução. O viés de marketing político parece óbvio, afinal, só se reconstrói o que está destruído. Assim, se coloco como referencial algo destruído, qualquer coisa que eu fizer deve ser louvada e aplaudida, afinal, o que havia antes era apenas terra arrasada.

No entanto, é isso “parte do jogo” da política, goste-se ou não. Ocorre que o governo, surfando em bons índices na  economia como a queda histórica do desemprego e expansão do PIB para além das projeções do mercado, agora enfrenta sua primeira, ou pelo menos mais séria tormenta na mesma área.

dólar galopou, tendo chegado ao longo do dia 19 de dezembro em R$ 6,30, tendo recuado para R$ 6,11 já no final do dia. A questão é que o governo fez vários leilões de venda da moeda norte-americana ao longo especialmente dos últimos sete dias. Só hoje foram vendidos U$ 5 bilhões.

Outro elemento importante é que a  SELIC subiu de novo, chegando em 12,5% ao ano. E aí entram três movimentos adicionais a chamarem a atenção: um foi o de  Campos Neto, presidente do Banco Central e grande responsável pela gestão da SELIC, antecipando sua saída e passando o bastão para o próximo presidente  Gabriel Galípolo.

Um segundo movimento foi ditado pelo próprio Galípolo, que já chegou criando uma potencial situação de atrito, ao afastar a possibilidade da crise atual da moeda brasileira frente ao dólar ser fruto de um “ataque especulativo”, teoria disseminada fortemente pela esquerda e pelo governo. O novíssimo presidente do BACEN declarou:

“Eu acho que não é correto tentar tratar o mercado como um bloco monolítico, vamos dizer assim, como se fosse uma coisa só, que está coordenada, andando em um único sentido. Basta a gente entender que o mercado funciona, geralmente, com posições contrárias. Para existir um mercado, precisa existir alguém comprando e alguém vendendo. Então, toda vez que o preço de algum ativo se mobiliza em alguma direção, você tem vencedores e perdedores. Eu acho que a ideia de ataque especulativo enquanto algo coordenado não representa bem”.

E como um terceiro e derradeiro movimento, de certo modo prosaico, vemos o ministro da Fazenda,  Fernando Haddad, anunciando suas férias. Obvio e evidente o ministro tem direito a gozar as suas férias como qualquer outro trabalhador. Mas, se começamos o texto destacando o slogan marqueteiro do governo, aqui não podemos deixar de registrar ter faltado tato, timing e até bom senso do czar de nossa economia.

Para tornar o anúncio do ministro mais dramático, só falta ele avisar que irá viajar para o exterior gastando em.. .dólar!

Tudo isso pode indicar a perda de um certo encanto com  Lula e seu governo? Só o tempo dirá. Contudo, o tempo, hoje, não é bom, é nublado, com fortes chuvas, raios e trovões. Que a passagem para 2025 nos traga melhores eflúvios.

Para ler mais textos meus e de outros pesquisadores, acesse  www.institutoconviccao.com.br.

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