Antonio Minhoto

Lei de Responsabilidade Educacional

Projeto prevê que a qualidade e a oferta do ensino básico público serão medidas e acompanhadas

Projeto prevê que educação pública será acompanhada e avaliada, com punição a gestores em casos de má avaliação
Foto: Reprodução: Flipar
Projeto prevê que educação pública será acompanhada e avaliada, com punição a gestores em casos de má avaliação


Projeto que estabelece punições contra gestores públicos que não cumprirem padrões mínimos de infraestrutura e aprendizado nos estabelecimentos de ensino está na pauta da Comissão de  Educação (CE), em reunião agendada para terça-feira (17), às 10h. O projeto (PL 88/2023), de autoria do senador Flávio Arns (PSB-PR), que preside a CE, tem relatório favorável do senador Confúcio Moura (MDB-RO).

Entre outros dispositivos, o projeto da Lei de Responsabilidade Educacional prevê que a qualidade e a oferta do ensino básico público serão medidas e acompanhadas, entre outros, por indicadores do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Também determina que a má gestão poderá ser punida civilmente.

Na justificação de seu projeto, Arns chama atenção para os indicadores desfavoráveis do Sistema Nacional de Avaliação Básica (Saeb) e argumenta que o Plano Nacional de Educação — que terá sua vigência encerrada em 2024 — previa que até 2015 deveria ter sido aprovada uma lei de responsabilidade educacional.

A proposição foi debatida em quatro audiências públicas, em maio e junho de 2023. Em seu relatório, Confúcio Moura afirma que o projeto “representa mais um passo valioso no esforço coletivo de oferecer à população brasileira uma educação digna e de qualidade”.


Nas cinco emendas que ofereceu, o relator, entre outros pontos, discordou da previsão de abono salarial para profissionais de escolas com melhoria ou manutenção de padrão de qualidade, e também excluiu a referência a crime de responsabilidade de prefeitos e governadores por entender que há legislação específica para tratamento de improbidade administrativa.

A decisão da CE é terminativa: se o projeto for aprovado na comissão e não houver recurso para votação em Plenário, o texto segue para exame da Câmara dos Deputados.

A iniciativa é aparentemente boa, mas é preciso cautela para se responsabilizar gestores de escolas públicas por problemas estruturais. O gestor recebeu o recurso cabível e o aplicou mal, ou não recebeu o recurso, ou, ainda, recebeu em quantidade insuficiente? O PL em foco pode acabar elegendo uma espécie "bode expiatório" da gestão pública educacional.

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