Beijing 2022: Atletas Olímpicos sofrem por falta de condições humanas
Finlândia acusa China de ignorar direitos humanos de um jogador de hóquei isolado pela Covid-19
As Olimpíadas, ou Jogos Olímpicos, constituem nos dias de hoje um dos eventos mais populares e prestigiados em todo o mundo. Essa popularidade e esse prestígio devem-se à grande conexão que as Olimpíadas têm com a massa de espectadores a nível mundial que acompanham as competições tanto presencialmente nos estádios e arenas como também pela televisão.
Entretanto, a história dos Jogos Olímpicos é um tanto complexa. A imagem que deles temos hoje em dia foi construída a partir do fim do século XIX, mas suas origens remontam à Grécia Antiga.
Após o fim da Hélade, no mundo antigo, as Olimpíadas caíram no esquecimento durante séculos. Outros desportes foram se desenvolvendo em cada país, mas não havia algo que tivesse a envergadura da celebração dos jogos de Olímpia.
A restauração das práticas desportivas num festival como as antigas Olimpíadas só foi possível na década de 1890 por um aristocrata e pedagogo suíço chamado Pierre de Fredy, mais conhecido como Barão de Coubertin.
Todavia, ao longo dos anos, digo de 1890 a 2022 gradualmente e de uma forma bastante camuflada as trapaças foram tendo lugar para se alcançar as tão cobiçadas medalhas olímpicas e o respetivo prestígio dos países dos atletas medalhados.
O mais conhecido é o doping.
O nome está relacionado com o uso de drogas ou de métodos específicos que visam aumentar o desempenho de um atleta durante uma competição.
O doping é proibido nos desportes porque, além de prejudicar a saúde, trata-se de uma conduta antiética do atleta ao proporcionar uma vantagem competitiva desleal em relação aos outros atletas.
O controle de dopagem é feito através do exame antidoping que consiste na recolha de uma amostra de urina do atleta imediatamente após o fim de uma competição. Também é frequente a realização de exames surpresa nos atletas.
Mas agora, prezado leitor, permita-me especular um pouco ou fazer quiça aqui um pouco teoria da conspiração.
Aliás, alegadamente o digo e repito, teoria da conspiração.
Os papéis foram revertidos na medida em que agora não é o atleta olímpico que conspira contra o sistema desportivo, mas sim a organização desportiva, neste caso já mediático dos Jogos Olímpicos de Pequim “Beijing 2022”.
O caso do boicote a um atleta finlandês por alegado teste positivo Covid-19.
Será que esta “doença” Covid-19, depois de ter começado a interferir nas equipes de futebol com alegadamente atletas contaminados e com testes positivos e como consequência não poderem competir e os seus clubes perderem agora também virou “moda” nos Jogos Olímpicos?!
É sabido que a China não respeita e nunca respeitou os direitos humanos. As más línguas até dizem que é a família que tem que comprar a bala que vai executar o condenado à morte em praça pública para servir de exemplo a futuros pretensos criminosos, etc.
Mas estando eu a viver na Finlândia, não podia deixar passar em branco a informação de que um atleta finlandês que testou positivo à covid-19 está isolado à 18 dias sem as mínimas condições.
Finlândia acusa China de ignorar direitos humanos de um jogador de hóquei isolado pela Covid-19. O atleta que testou positivo há 18 dias continua isolado, apesar do treinador assegurar que está saudável. Também há queixa de falta de comida, isto segundo os jornais e as redes sociais na internet.
“A polémica que tem manchado estes Jogos de Inverno, e que tomou novas proporções com as declarações do treinador da equipa de hóquei no gelo da Finlândia, que acusa a China de não respeitar os direitos humanos dos participantes que estão em isolamento por terem testado positivo à Covid-19 na chegada a Pequim”.
Marko Antilla foi um dos atletas que testou positivo e teve de ficar em isolamento assim que chegou à capital chinesa, em meados de janeiro. Contudo, 18 dias depois, o jogador continua em isolamento, mesmo depois de já ter testado negativo à Covid-19 e de ter cumprido a quarentena.
Além disso, o treinador Jukka Jalonen revelou que Antilla “não está a receber comida suficiente” e está sob um enorme stress.”
“Sabemos que ele está completamente saudável e pronto para jogar, e é por isso que achamos que a China, por qualquer razão, não está a respeitar os seus direitos humanos”, contou Jukka Jalonen, numa video-chamadas com vários média internacionais.
Nos últimos dias, vários atletas e participantes dos Jogos apresentaram queixas sobre as condições de isolamento, nomeadamente dos procedimentos para sair da quarentena, que consideram confusos. Perante o avolumar das queixas, os organizadores do evento disseram estar a tentar “resolver os problemas”.
A delegação sueca revelaram que as condições nas montanhas são perigosamente frias e pediu que os eventos de esquiatlo decorram durante a manhã, depois de uma atleta sueca Frida Karlsson ter terminado a prova deste sábado a tremer.
De acordo com as regras da Federação Internacional de Ski (FIS), as competições devem terminar quando as temperaturas estiverem abaixo de 20.º, graus negativos.
Quando Karlsson completou a prova deste sábado, as temperaturas nas montanhas de Zhangjiakou estavam nos 13.º negativos - mas o vento frio tornava-as ainda mais frias.
“Temos os limites de temperatura, mas não sei se eles também têm em consideração o efeito do vento", disse o chefe da delegação sueca Anders Bystroem, citado pelo The Guardian.
Também a patinadora polaca Natalia Maliszewska, que se viu obrigada a faltar à prova de 500 metros no sábado, contou que teve receio e incerteza no espaço dedicado ao isolamento de Covid-19 dos Jogos de Inverno, depois de ter testado positivo à Covid-19.
"Há uma semana que vivo em constante receio e choro até não ter mais lágrimas", contou aos meios de comunicação.
Os atletas que estiverem em isolamento devido a infeção por Covid-19 só têm permissão para sair quando apresentarem dois testes negativos com 24 horas de diferença e Maliszewska acabou por voltar à aldeia olímpica, antes de lhe ter sido dito que tinha havido um erro.
"As pessoas tiraram-me do quarto às 03:00. Esta noite foi um terror, dormi vestida com a roupa do dia porque tinha medo que a qualquer momento alguém me levasse de volta ao isolamento”.
Segundo a atleta, “Depois recebi uma mensagem a dizer que infelizmente houve um erro, que sou uma ameaça [para os restantes colegas] e que não deveria ter saído do isolamento, Tenho de voltar para a aldeia olímpica o mais rápido possível. Não consigo entender isto. Não acredito nos meus testes. Para mim isto é uma grande piada. Espero que quem quer que esteja a organizar isto se esteja a divertir. O meu coração e a minha mente não conseguem aguentar mais isto", acrescentou.
“Sabemos que ele está totalmente saudável e pronto para sair e é por isso que achamos que a China, por algum motivo, não está a respeitar os seus direitos e isto é um problema”, alertou o treinador Jukka Jalonen, numa entrevista à comunicação social, através da plataforma Zoom.
Conforme eu disse, prezado leitor, posso muito bem ser eu aqui a especular, mas permitam-me fazer uso de um ditado muito usado em Espanha.
“Não acredito em bruxas, mas que as há, há!”
Davide Pereira.
Finlândia.