O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ficou furioso com mais um capítulo da eterna briga envolvendo o PT e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL). O mandatário foi taxativo em um recado para a direção de seu partido, principalmente ao diretório estadual em São Paulo, e avisou que não irá mais admitir insinuações e que a decisão está tomada.
O imbróglio começou depois que o PSOL votou contra a urgência do Projeto de Lei que determina o Arcabouço Fiscal e isso deixou parte da base do governo Lula irritada. O PT aproveitou o momento para deixar saber que a sigla não considera o partido de Boulos como aliado e, por isso, seria muito difícil apoiar o deputado federal em 2024 na corrida para a prefeitura de São Paulo.
O clima esquentou a ponto de parlamentares de São Paulo, todos filiados ao PT, deixarem Boulos saber que a legenda do presidente Lula já estava articulando um modo de lançar seu próprio candidato no ano que vem. Ao invés de partir para o embate, como todos esperavam, o deputado preferiu colocar panos quentes publicamente e afirmou não ver nenhum problema ou impedimento a votação no Congresso em relação à corrida eleitoral em SP.
Nos bastidores, porém, ele entrou em contato com Fernando Haddad (PT), por quem tem maior proximidade, e conseguiu rápido acesso a Lula. O presidente voltou a reafirmar que irá apoiar Guilherme Boulos em 2024 para prefeito de São Paulo e pediu que o deputado ficasse tranquilo porque essas arestas seriam facilmente contornáveis nos próximos meses.
Se acalmou o aliado, Lula ficou irritado ao saber das movimentações de seu partido nos bastidores. Uma fonte confirmou à coluna que o presidente entrou em contato com Gleisi Hoffmann, presidente do PT, e ordenou que um recado seu fosse dado ao diretório da legenda em São Paulo. "O presidente disse textualmente que o candidato dele é o Boulos e se o PT de SP insistir em outro nome não terá apoio nem dele e muito menos do governo", contou a fonte. "Ele disse que é uma decisão definitiva".