O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não parece disposto a assumir a reponsabiidade de possíveis crimes, caso venha ser preso por ordem do STF (Supremo Tribunal Federal). Tanto que ele avisou alguns aliados que, caso caia, pretende fazer delação premiada e entregar todo mundo. Não está claro sobre o que o político se refere, ma o recado caiu como uma bomba entre os bolsonaristas.
Segundo uma fonte confirmou à coluna, a afirmação de Bolsonaro se deu na semana passada, pouco depois do imbróglio envolvendo a falsificação da carteira de vacinação do ex-presidente levá-lo a ser alvo de uma operação da Polícia Federal. O político recebeu o apoio publicamente e também no particular, mas não recebeu bem as manifestações e optou em ir para o embate.
"Ele deixou claro que se for preso, mais gente vai cair junto porque não vai segurar o rojão sozinho", confirmou um parlamentar que faz parte do núcleo duro do bolsonarismo. De acordo com ele, a ameaça foi num grupo de mensagens que tinha deputados, senadores e até o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto e o clima pesou no mesmo instante.
O temor dos bastidores é de que o ex-presidente faça denúncias contra aliados para tentar se livrar da prisão e proteger membros das Forças Armadas. "Os milistares estão a salvo porque o Bolsonaro é fiel à caserna e não entregaria nenhum deles. Mas deputados, senadores e ex-ministros estão com as barbas de molho", garantiu a fonte que conversou com a coluna sob a condição de sigilo.
Entre os parlamentares mais próximos de Bolsonaro, no entanto, a ameaça não foi para valer. Eles enxergam que tudo foi dito no calor do momento e com o ex-presidente sob pressão. Além disso, existe a aposta de que o discurso aconteceu como forma de pressionar os legisladores e também caciques de partidos a se movimentarem para protegê-lo e impedir a prisão.
O risco de ser preso existe, como já antecipou a coluna, até o próprio Bolsonaro já deixou claro o temor . Mas nos corredores de Brasília há um mistério sobre como irá se comportar o STF. Ningém acredita que haverá decisão monocrática de Alexandre de Moraes ou de qualquer ministro da Corte, mas será uma decisão colegiada.