Membros da Polícia Federal desconfiam que Jair Bolsonaro (PL) conseguiu apagar aplicativos de mensagens de seu aparelho celular antes de entregar para os agentes que cumpriram mandado de busca e apreensão na residência em que o político mora nesta quarta-feira (03) , Alguns deles, de uso contínuo do líder da extrema-direita no Brasil, não estavam instalados.
Segundo apurou a coluna, que ouviu a declaração de dois agentes, sob a condição de anonimato, o smartphone de Bolsonaro ainda vai passar por perícia. Mas numa análise inicial e superficial, já houve certa estranheza. "Não estavam instalados nem o Telegram e nem o Instagram, dois dos aplicativos que o ex-presidente mais usa", comentou o policial.
Nos bastidores da Polícia Federal, a aposta é de que ele não teve tempo de excluir mensagens específicas, já que ficou quase que o tempo todo acompanhado por um agente desde a entrada dos policiais na casa do ex-presidente. Sem possibilidade de selecionar o que queria excluir, em tese, Bolsonaro teria deletado os aplicativos para impedir que a PF tivesse acesso às mensagens.
Tudo isso ainda é considerado conjectura, já que é necessário aguardar o resultado da perícia. Aliados de Bolsonaro temem que a Polícia Federal encontrem conversas comprometedoras no aparelho e que um tsunami surja nos próximos dias. "Ele fala demais, e isso fica tudo registrado. Vai explodir", contou um deputado federal do PL, sem dar detalhes do que pode vir pela frente.
Especialistas ouvidos pela coluna garantem que, caso o político tenha excluído os aplicativos, não há grande risco porque a PF possui programas modernos que conseguem recuperar não apenas o próprio aplicativo, mas todas as conversas que, supostamente possam ter sido excluídas. Portanto, o ato, caso tenha ocorrido, pode significar apenas uma tentativa de apagar provas, também caracterizado como crime.