O PT , partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, já traçou uma estratégia para destruir o bolsonarismo . A sigla identificou que os seguidores mais fieis de Jair Bolsonaro (PL) e da extrema-direita estão em cidades menores, no interior dos estados, principalmente do Sul e Sudeste. Para combater a propagação dessa prática, a legenda quer o comando das emendas parlamentares em 2024 para barrar deputados aliados do ex-presidente.
A coluna apurou que o PT fez um levantamento e identificou que nas eleições 2020, o PL teve grande salto em prefeituras e câmaras de vereadores no interior de São Paulo, Minas Gerais e em todos os estados do Sul. Nos mesmos municípios em que o partido cresceu significativamente, houve um sem-número de emendas parlamentares enviadas por deputados federais do próprio PL.
Curiosamente, em 2022 esses deputados tiveram votação recorde nessas regiões. A estatística do estudo interno permitiu então concluir que a eleição de prefeito e vereador passa obrigatoriamente pela emenda parlamentar. "O deputado manda um dinheiro para a cidade e posa para foto com um candidato a vereador ou prefeito. A obra é feita e o político local colhe os louros com o compromisso de dar votos dois anos depois para o parlamentar que fez o repasse", explica um membro do PT em conversa com a coluna.
O PT vem articulando nos bastidores, inclusive em parceria com o presidente da Câmara Arthur Lira (Progressistas) para que o controle das emendas parlamentares a partir de agora fique com a legenda de Lula. A ideia é dividir os repasses para os municípios entre partidos da base aliada e entregar para a oposição valores irrisíveis e a conta-gotas.
"Sem a máquina do governo federal e sem as emendas parlamentares, o PL será sufocado e não vai conseguir manter o bolsonarismo em alta", aposta um importante cacique do PT. Para ele, se as emendas forem bem postas e divulgadas, quem vão crescer nessas regiões serão os partidos de centro-esquerda. "Em 2024 a gente pode não destruir, mas enfraquece o bolsonarismo e em 2026 damos o xeque-mate porque essa gente não volta para o Congresso", garante.