O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) admitiu para aliados que estava com medo do depoimento que terá que dar para a Polícia Federal . Ele ficou horas se preparando para dar a sua versão sobre o caso das joias dadas pelo governo da Arábia Saudita para o governo brasileiro, mas que foi confiscado pela Receita Federal porque a equipe do antigo mandatário tentou entrar com os itens valiosos sem fazer declaração.
Para pessoas próximas, Bolsonaro disse que a justiça quer pegá-lo a qualquer custo e a história das joias pegou muito mal para sua imagem. Ele reconheceu que há muitos elementos que o prejudicam e seria muito difícil convencer os policiais federais que não houve qualquer participação da parte dele.
O ex-presidente se preparou para poder prestar o depoimento. Ele ficou horas trabalhando com um grupo de cinco advogados para saber exatamente o que precisava responder para a Polícia Federal. Mesmo assim, o antigo chefe do Executivo federal se mostrou tenso com a situação.
As duas principais perguntas que foram vistas como fundamentais para ele foram se Bolsonaro mandou funcionários ligados à Presidência da República tentar pegar as joias sauditas trazidas escondidas ao Brasil e qual seria o destino que o ex-presidente daria para os itens.
As respostas para essas duas perguntas foram repetidas diversas vezes. A intenção dos advogados era que Bolsonaro não gaguejasse e também não perdesse a linha de raciocínio. O grupo de advogados apontou que é importante transmitir credibilidade para a PF.
“Credibilidade é o que não tenho nesse momento. A imprensa e o sistema querem acabar comigo”, chegou a dizer o ex-presidente em um dos momentos da conversa. “Querem me fod**”, acrescentou, soltando uma gargalhada em seguida.
Bolsonaro e o medo de ser preso
O ex-presidente quer concorrer em 2026 e aposta que conseguirá estar elegível no período eleitoral. Porém, ele morre de medo de ser preso.
Ele retornou ao Brasil com a garantia que ficará livre para viajar pelo país ao longo dos próximos meses. No entanto, Bolsonaro pediu para sua equipe atenção total sobre qualquer movimento do Supremo.
Fã de criar teorias da conspiração, o ex-presidente teme o ministro Alexandre de Moraes. “Numa canetada, ele destrói minha vida”, relatou para aliados.