A deputada federal Flávia Arruda (PL) se vingou de seu ex-aliado, o presidente Jair Bolsonaro (PL) ao votar a favor da PEC da Transição. O voto foi uma forma discreta de protestar pela divisão que a levou a perder as eleições para o Senado para Damares Alves (Republicanos).
Flávia foi um dos 10 deputados federais da sigla de Bolsonaro a votar em favor da PEC e ajudar a aprovação. Sem esses votos, a proposta seria aprovada, mas bem mais apertada, com margem de apenas 13 parlamentares. A PEC passou em primeiro turno com 331 votos favoráveis, e eram necessários 308.
A indicação favorável ao primeiro projeto de Lula no Congresso foi uma resposta de Flávia, segundo aliados. Ela não digeriu bem o que aconteceu nas eleições. A parlamentar aceitou ser candidata ao Senado pelo PL por orientação de Valdemar da Costa Neto e sob a tutela do presidente.
Acontece que Bolsonaro não conseguiu conter Damares, que foi candidata pelo Republicanos, mesmo contra a orientação do PL. Flávia esperava apoio do presidente para barrar a ministra ou mesmo para deixar claro quem era a sua candidata no DF. Nada aconteceu e a deputada perdeu a vaga por ser considerada fisiológica e não do núcleo duro do bolsonarismo. Com isso, ela ficará sem mandato a partir de 2023.
O voto favorável foi, de forma discreta, uma forma de responder a Bolsonaro e ao bolsonarismo. Mesmo que sem impacto prático, apenas para chamar a atenção e mostrar que traição se paga com traição. É o que se diz nos corredores de Brasília.
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