A COP 27, no Egito, colocou no holofote global o imenso desafio do papel da produção de alimentos em um planeta em extremo perigo.
A sensação de desespero chega a afetar até os mais otimistas.
Ficou claro, mais uma vez, que no que se refere a como plantamos e consumimos não há uma bala de prata, mas certamente a chamada agricultura regenerativa está entre os principais elixires que chamamos como redenção.
E seu propulsor se chama biotecnologia.
Nesse contexto, o Brasil está muito bem situado no plano internacional.
Resiliência talvez expresse a alma que define o conceito de agricultura regenerativa.
Trata-se de um modelo que buscou mostrar ao mundo que é possível aplicar práticas ancestrais de cultivo e manejo do solo, de forma natural, aliadas ao conhecimento científico.
Sua amplitude engloba toda a cadeia produtiva com a missão de cuidar de cinco principais fatores: solo, água, biodiversidade, carbono e socioeconomia.
O solo deve tornar-se mais fértil, saudável e menos dependente de produtos químicos.
No caso da água, devemos pensar no uso sustentável desse bem, promovendo melhor infiltração no solo.
No caso da biodiversidade, as prioridades são as rotações de culturas e aplicação de espécies com efeitos benéficos para a área plantada.
O carbono deve ser capaz de aumentar a fixação desse elemento no solo, tirando-o da atmosfera.
Por fim, uma socioeconomia que valorize pequenos produtores, as comunidades rurais e associações cooperativas, em um sistema no qual mais pessoas sejam beneficiadas financeiramente.
Este será um dos desafios prioritários do nosso novo governo.
O mercado global de agricultura regenerativa atingiu a marca de 7,4 bilhões de dólares em 2022.
A previsão de crescimento médio é de 14,4% ao ano, devendo elevar o setor para quase 24 bilhões de dólares em 2030.
Agricultura regenerativa já engloba cerca de 15 das áreas plantadas no mundo.
O único caminho para acelerar a adoção da agricultura regenerativa é por meio da biotecnologia. Ela é o vetor capaz de dar escala a todos esses processos benéficos e sustentáveis na geração de alimentos, fibras e energia, setores em que o Brasil está altamente qualificado.
No processo de reconstrução do Brasil, a energia da agricultura será essencial para a retomada do processo de desenvolvimento econômico.
A instalação de projetos tecnológicos de biofábricas no mundo é algo que deve ser urgentemente incentivado pelo governo.
Muitas delas estão estruturadas com laboratórios de última geração, liderando pesquisas inéditas, capazes de descobrir novos caminhos que auxiliem a propulsão da agricultura regenerativa nos mais diversos tipos de culturas e de forma economicamente viável.
Soluções tecnológicas com base na biotecnologia representam inúmeras possibilidades para aumentar a sustentabilidade dos sistemas agrícolas e sua rentabilidade como o Presidente Lula enfatizou em seu discurso de posse.