Helcio Zolini

Gonet descarta prisão de Eduardo Bolsonaro pedida por deputados

PGR diz que parlamentares não podem requerer tal medida, mas assinala que poderá avaliar adoção de medidas cautelares contra o filho do ex-presidente

Paulo Gonet já denunciou Eduardo Bolsonaro por coação no curso do processo da trama golpista
Foto: Instagram
Paulo Gonet já denunciou Eduardo Bolsonaro por coação no curso do processo da trama golpista
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O Procurador-Geral da República (PGR) Paulo Gonet, se manifestou nesta terça-feira (14), contrário ao pedido de prisão preventiva do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), feito pelos deputados Lindbergh Farias (PT-RJ) e Talíria Petrone (PSOL-RJ).

O parlamentar é filho do ex-presidente, Jair Bolsonaro (PL), e é acusado pela PGR de coação no processo da trama golpista.

Gonet afirma no parecer enviado ao ministro dos STF, Alexandre de Moraes, que parlamentares não têm legitimidade processual para requerer a tal medida.

Ele se baseia no artigo 311 do Código de Processo Penal, que restringe esse tipo de requerimento à Polícia Federal (PF), ao Ministério Público ou a um assistente de acusação.

No documento, Gonet acrescentou ainda que “de toda sorte, a Procuradoria-Geral da República se reserva à avaliação, em instante que estime oportuno, de eventual requerimento de medidas cautelares, inclusive no que tange ao aspecto da sua viabilidade efetiva”.

O pedido de decretação da prisão preventiva de Eduardo Bolsonaro feito pelos deputados dos PT e do PSOL, havia sido encaminhado, primeiro a Moraes, que, logo em seguida, solicitou o parecer à PGR.

Eduardo está morando nos Estados Unidos há sete meses, onde se exilou voluntariamente. Ele já foi denunciado pela PGR por coação, e é acusado de conspirar contra o Brasil junto a autoridades estadunidenses.

A principal acusação que pesa contra ele é a de fomentar as sanções comerciais impostas pelo governo do presidente Donald Trump a empresas exportadoras brasileiras, além da aplicação da Lei Magnitsky e a suspensão de vistos dos ministros do STF e integrantes do governo federal.