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Carlos Moura/SCO/STF - 6/4/2017
Relator da Operação Lava Jato, ministro Edson Fachin impediu soltura de Palocci

Três ministros do Supremo Tribunal Federal – Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Antonio Dias Toffoli – decidiram mudar seus entendimentos sobre as prisões decretadas pelo juiz Sérgio Moro, da Operação Lava Jato, e começaram a soltar notórios detidos em situação preventiva nos últimos dias.

Mas o ministro-relator do processo na Corte, Edson Fachin, deu um freio no trio que vota unido na Segunda Turma do STF ontem, ao barrar a soltura de Antonio Palocci e jogar a decisão para o plenário do Supremo. Agora, Palocci terá que esperar.

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Os processos de José Dirceu, Luiz Bumlai e Eike Batista continuam nas respectivas instâncias, obviamente. Mas o que causa estranheza entre procuradores e juízes é que essa liberdade em série na canetada do trio de ministros – que pode se estender a outros detentos – se iniciou justamente na iminência da negociação de delação premiada de Antonio Palocci, Renato Duque e Eduardo Cunha.

Aos fatos:

Palocci está disposto a entregar supostos esquemas de fusões de grandes empresas e bancos, e suas ligações com os Governos de Lula da Silva e Dilma Rousseff.

Duque, ex-diretor da Petrobras, pode abrir o jogo sobre eventuais esquemas políticos no rombo bilionário da Sete Brasil, a furada empresa de prospecção criada com dinheiro de fundos de pensão de estatais, e com bom naco bancado pelo BTG.

Eduardo Cunha tem muita coisa a contar da sua intimidade político-partidária com o então presidente do PMDB e colega de plenário Michel Temer nos anos anteriores à vice-presidência deste. Cunha também tem relações próximas com bancos.

Em suma, o que há de comum entre os supracitados: bancos e banqueiros. E, no Brasil, mexeu com bancos, mexeu com o STF. Não por acaso, as filas quilométricas de beija-mão de novos ministros do STF e STJ em suas posses são compostas pelos donos dos bancos.

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