Previsto no artigo 92 da Constituição Federal de 1988, o Tribunal Superior Eleitoral – TSE é um Órgão do Poder Judiciário. De composição mista, é integrado por sete membros.
Três juízes são eleitos, por voto secreto, dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal-STF, dois são eleitos, também por voto secreto, dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça- STJ e dois advogados são nomeados pelo Presidente da República, dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, tudo conforme o artigo 119 da Constituição.
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O Presidente e o Vice-Presidente do TSE são eleitos dentre os Ministros do STF, e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do STJ, é o que determina o parágrafo único, do mesmo artigo 119.
Em julgamento inédito, pois nunca antes nesse país julgou-se a cassação de uma chapa presidencial, tal fato paralisou todo o sistema econômico, político e social. O relator da ação, o Ministro Herman Benjamin ocupa a mídia nacional há mais de três longas e polêmicas sessões, apenas para justificar seu voto, que, apesar de aparentemente vencido, ainda não o proferiu.
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Paradoxalmente vencido, decorrência do predominante e explicito posicionamento do atual Presidente do TSE, Ministro Gilmar Mendes, que por meio de reiteradas e claras manifestações contra a análise e respectivo julgamento de fatos novos trazidos ao caso, delações e revelações apresentadas posteriormente aos prazos processuais limites.
Transparece a nítida divergência entre os membros da Corte eleitoral quanto a admissibilidade de resultados de provas advindas de novas delações sobre denúncias gerais de corrupção. Não resta dúvida que Caixa 2 em campanha eleitoral é crime, conforme determina o artigo 350 do Código Eleitoral, o difícil, aparentemente e surpreendentemente, tem sido esclarecer a diferença entre Caixa 1 e Caixa 2, não só no TSE, bem como nas múltiplas ações da Lava-jato.
O Brasil continua sangrando, pode-se até questionar o preço da democracia, que por sinal tem apresentado um elevado custo, além do razoável, sistemas econômico, político e social.
Diversamente do que ocorria em um passado, não muito remoto, atualmente o povo conhece e discute a escalação, os dados estatísticos de votações e até detalhes pessoais dos Ministros de Tribunais Superiores do Poder Judiciário, bem como das mais altas autoridades dos três Poderes da República, diferentemente do comportamento limitado à discussões estéreis sobre a qualidade e vida pessoal dos jogadores mais famosos da Seleção Brasileira de Futebol.
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Entretanto, inquestionável e irreversível, é a clara e ampla politização do povo brasileiro. Há que se preservar o democrático e soberano Estado brasileiro. O Brasil precisa ser passado a limpo.