Calotas polares estão derretendo seis vezes mais rápido do que nos anos 90

Estudo prevê que, se não houver uma rápida ação de corte de carbona, cerca de 400 milhões de pessoas estarão sujeitas a inundações em áreas costeiras

Foto: IIan Joughin/IMBIE
Groenlândia é um dos lugares que vem perdendo grande quantidade de gelo


Um estudo feito pelo Painel Intragovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) constatou que as calotas polare s estão derretendo seis vezes mais rápido do que na década de 1990. A perda de gelo pode ter consequências catastróficas. Estima-se, por exemplo, que 400 milhões de pessoas podem ser expostas a inundações em áreas costeiras até o fim do século, caso não ocorra um corte brusco e rápido nas emissões de carbono.

A expectativa dos cientistas é que os dados coletados em 2019, ainda em processamento, provem que o ano passado bateu recordes em relação à elevação do nível do mar na Groenlândia e na Antártida , locais onde os derretimentos estão bastante acelerados por causa de uma onda de calor.

Durante a década de 2010, Groenlândia e Antártida perderam anualmente, em média, 475 bilhões de toneladas de gelo, número seis vezes mais do que as 81 bilhões de toneladas perdidas durante os anos 90.

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Alerta

O IPCC prevê que ao aumento médio do nível do mar em 2100 seja de 53 centímetros, mas a análise mais recente pode revelar um crescimento de mais 17 centímetros.

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“Cada centímetro de elevação do nível doo mar leva a inundações e erosão costeiras, influenciando a vida das pessoas em todo o planeta. Não são eventos improváveis com pequenos impactos. Eles já estão em andamento e serão devastadores às comunidades costeiras”, alertou Andrew Shepherd, professor da Universidade de Leed, em entrevista ao The Guardian.

Aquecimento

O gelo perdido por Antártida e Groenlândia nos últimos anos foi consequência  do aquecimento do oceano, que atua no derretimento das geleiras que se desprendem das calotas e se torrnam icebergs no oceano. O aumento da temperatura do ar também está acelerando o derretimento.

De acordo com o estudo do IPCC, cerca de um terço do aumento total do nível do mar vem da perda de gelo da Groenlândia e da Antártida. A instituição deve divulgar, em breve, um novo relatório global sobre o clima.