Indígenas pedem que Rodrigo Maia devolva PL do garimpo a Bolsonaro

Lideranças de pelo menos cinco povos marcharam do Museu Nacional até o Congresso para protocolar documento

Foto: Reprodução/Cimi
Indígenas protocolaram documento pedindo que PL seja devolvida ao Poder Executivo


Lideranças indígenas do sul do Brasil protocolaram, nesta quarta-feira, na Câmara dos Deputados , um pedido para que Rodrigo Maia , presidente da casa, devolva o PL 191/2020 ao Poder Executivo. O Projeto de Lei em questão foi assinado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro , e prevê a regulamentação de atividades de exploração, como o garimpo, em Terras Indígenas (Tis).

A cobrança foi feita especialmente a Maia porque, no ano passado, ele se comprometeu, em mais de uma oportunidade, a barrar a tramitação de qualquer projeto que ameaçasse as comunidades indígenas.

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Antes da entrega do documento, cerca de 50 lideranças realizaram uma marcha em Brasília. Estiveram presentes representantes dos povos Guarani, Guarani Mbya, Ava Guarani, Kaingang e Xokleng. Eles se concentraram no Museu Nacional da República, às 9 horas, e marcharam até o Congresso Nacional.

O projeto

A proposta do governo visa liberar o uso das Terras Indígenas para atividades como pesquisa e lavra de recursos minerais, inclusive a lavra garimpeira de petróleo e gás, e geração de energia hidrelétrica.

Em nota oficial divulgada no dia 6 de fevereiro, um dia após Bolsonaro assinar o PL 191/20020, a Articulação dos Povo Indígenas do Brasil (Apib) chamou o texto de “projeto de morte”.

“A APIB, portanto, denuncia a manipulação que o Governo Bolsonaro faz do nosso direito à autonomia e repudia esse projeto de morte que a qualquer custo quer implantar nos territórios indígenas, com impactos irreversíveis particularmente sobre povos indígenas isolados e de recente contato, e chama a toda a sua base e movimentos, organizações e segmentos solidários da sociedade nacional e internacional a se somarem conosco nesta batalha pela vida e o bem viver não apenas dos povos indígenas mas de toda a humanidade e o planeta”, diz a nota.