Os ambientalistas do México estão em estado de alerta. No decorrer dos últimos sete dias, dois ativistas que lutam pela proteção das borboletas desapareceram e foram encontrados mortos, em sequência. O último a ser assassinado foi Raul Hernández Romero, guia turística no santuário de borboletas de El Rósario.
O corpo de Romero foi encontrado na última segunda-feira (3), com hematomas em vários locais e um ferimento na cabeça, de acordo com informações da BBC. Antes dele, o ambientalista Homero Gómez González foi achado boiando em um lago, no dia 31 de janeiro, com sinais de tortura.
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González era diretor da Reserva da Biosfera da Borboleta-Monarca , que integra o santuário no qual Romero trabalhava. Até o momento, as autoridades não fizeram nenhuma conexão oficial entre as mortes, mas as circunstâncias levantam suspeitas.
A reserva mexicana é a maior e mais frequentada do mundo, além de ter sido declarada Patrimônio Mundial pela Unesco. Nos últimos anos, a área tem enfrentando problemas como desmatamento e incêndios florestais causados pelas ações de madeireiras e atividades agropecuárias na região.
Denúncias
Os dois ambientalistas assassinados eram conhecidos pelo envolvimento com o comabte à exploração de madeira. Esse tipo de atividade representa riscos às borboletas, tanto que o número de espécies na reserva vem reduzindo nos últimos anos.
Ao comentar o caso, o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, disse que suspeita do envolvimento do crime organizado nas mortes. Além dos problemas com crimes ambientais , a região da reserva convive com a presença de traficantes de droga, que abrem rotas para o contrabando.