Um militar ouvido no inquérito da Polícia Civil do Pará
que investiga os quatro brigadistas
da APA (Área de Proteção Ambiental) de Alter do Chão
, em Santarém
, por supostos incêndios criminosos em florestas disse que fez a acusação contra os voluntários "em tom de brincadeira".
Militar da reserva e membro da Ares (Associação dos Reservistas de Santarém), Jean Carlos Leitão, deu a declaração em entrevista na manhã desta quinta-feira (26) à rádio Guarani FM e ainda afirmou que a suspeita que ele tinha foi levantada em um "momento de descontração".
"Eu disse que a gente estava lá conversando entre nós e surgiu essa conversa lá no meio do pessoal: 'será que não foram esses caras que tocaram fogo aí?'. E foi até em tom de brincadeira que todo mundo estava, num momento de descontração", contou Leitão.
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Durante a entrevista, concedida ao programa Cartas na Mesa , o militar foi questionado se acredita que os brigadistas são culpados e ele negou que tenha acusado os brigadistas de crime.
"Não tenho envolvimento algum nessa questão de afirmar, até porque eu não vi. O que eu não vejo, eu não tenho como afirmar nada em relação a isso. Eu não sei, não tenho absolutamente ideia, entendeu? Se foi criminoso ou não foi criminoso. Inclusive no meu depoimento deixo isso claro", afirmou.
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No entanto, de acordo com o relato prestado ao inquérito, ao qual o jornal Folha de S. Paulo , teve acesso, Leitão afirma ter visto os brigadistas "saindo do meio do mato" e gritando que tinha visto fogo. O militar ainda dá as descrições físicas em seu depoimento.