Queimadas em terras indígenas na Amazônia são as maiores desde 2011

Em relação ao ano passado, os 5.242 focos correspondem ao dobro do que foi registrado nos nove primeiros meses de 2018, quando havia 2.544

Foto: Fotos Públicas
Bombeiros tentam controlar queimadas na Amazônia

O número de focos de incêndio em terras indígenas na Amazônia já é o maior registrado desde 2011, mostra um relatório do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (INPE). Nos primeiros nove meses do ano, os pontos também já são o dobro do registrado no mesmo período de 2018. Ao todo são 5.242 pontos, enquanto no ano passado a quantidade era de 2.544.

Os dados do INPE correspondem ao período de 1º de janeiro a 30 de setembro e, de acordo com o Programa Queimadas do insituto, e terra indígena mais afetada é a Karipuna. Ela fica em Rondônia e tem cerca de 153 mil hectares, sendo que a maioria dos focos de incêndio estão localizados nas fronteiras e se deve à presença de fazendas nesses entornos.

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Já no caso de pontos de fogo dentro do próprio território, a mais afetada é o Parque do Xingu , que tem um território 17 vezes maior que os dos karipunas.

Em agosto desse ano, foram detectados 886 quilômetros quadrados de desmatamento na Amazônia Legal , de acordo com o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD). Em comparação com o mesmo mês no ano anterior, esse número representa aumento de 63 por cento. Em 2018, foram registrados 545 quilômetros quadrados de devastação. O aumento tem sido constante, com ampliação significativa resultado das políticas do governo de Jair Bolsonaro (PSL).

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Os dados são ainda mais alarmantes quando as queimadas e extrações seletivas de madeira são levadas em conta, em um índice chamado de “degradação”. Nesse cenário, foram computados 922 quilômetros quadrados, aumento de 675 por cento em comparação com agosto do ano anterior, que registrou 19 quilômetros quadrados. Destaque negativo para o estado do Mato Grosso, que contabiliza 45 por cento do total, e do Pará, com 42. O órgão responsável por analisar os dados do SAD é o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).