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Em 1º de julho, o Japão vai retomar oficialmente a pesca comercial de baleias, pela primeira vez em 30 anos. Segundo o jornal Japan Times , cinco navios de seis operadores baleeiros já tem autorização para zarpar neste dia de Kushiro, na ilha de Hokkaido, no norte do país.

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A atividade está banida desde 1982 pela Comissão Internacional Baleeira (IWC), para permitir a recuperação das espécies. Mais de 80 nações assinaram o acordo que surgiu em 1986. No entanto, países pró-caça, como Islândia, Noruega, Rússia e Japão, vem driblando o acordo por meio de uma brecha que permite que a caça às baleias seja realizada sob “pesquisa científica”.

Desde então, estima-se que o Japão tenha matado mais de 32.000 baleias . O país argumenta que a “amostragem biológica”, que só pode ser realizada matando as baleias, é essencial para estudar a idade, a saúde e os hábitos desses animais. Esse programa de pesquisa já foi motivo para o Japão ser banido da Antártida em 2014, depois que a Austrália entrou no Tribunal Internacional de Justiça das Nações Unidas questionando sua natureza científica, e vencer.

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Em julho de 2018, o Japão tentou aprovar seus planos de retomada da pesca comercial de baleias na IWC. Mas a Comissão recusou seu pedido. O país anunciou então sua retirada do acordo global. E agora libera navios nacionais que, acredita-se, estarão em busca de baleias-bicudas até agosto, na costa japonesa, e depois sigam para águas internacionais atrás de baleias-anãs até outubro.

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É difícil entender porque o Japão deseje tanto manter a pesca de baleias (o governo gasta cerca de US$ 50 milhões por ano subsidiando a prática). Se a caça comercial desse animal foi importante no pós-Segunda Guerra Mundial, fica claro que já não se aplica às necessidades do seu povo atualmente, que não demanda a carne de baleia na sua dieta regular – embora o país alegue frequentemente a defesa de costumes culturais e tradicionais. Além do que, a observação de baleias vem aumentando entre os japoneses, inclusive dentro do país, o que mostra outra oportunidade de negócios muito mais sustentáveis nessa área.

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