Japão caçou ilegalmente 50 baleias em área protegida da Antártida, denuncia WWF
Fundo Mundial para a Natureza, da sigla WWF, anunciou que o país asiático caçou 50 baleias-anãs na região protegida do Mar de Ross, na Antártida
Um anúncio do Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla em inglês) denunciou o Japão pela caça ilegal de 50 baleias-anãs em uma área protegida no Mar de Ross, na Antártida. A declaração foi feita nessa terça-feira (4) e exigiu reparação por parte do país asiático.
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Chris Johnson, do programa antártico da WWF, explicou em comunicado que o Mar de Ross é uma região de proteção da vida selvagem na Antártida. “Aqueles que comemoraram a criação deste santuário oceânico ficaram horrorizados pelo massacre das baleias ”, declarou.
A denúncia dos crimes ambientais no Mar de Ross, com 1,55 milhões de km², deverá ser apresentada na reunião da Comissão Internacional da Baleia (CIB), que acontece dos dias 4 a 14 de setembro em Florianópolis, Santa Catarina.
No mesmo encontro, os japoneses pretendem solicitar a retomada da caça comercial de algumas espécies, incluindo da baleia-anã.
De acordo com o Fundo Mundial para a Natureza, o Japão se aproveitou de brechas legais e conseguiu fazer uma “caça científica”, exigindo que a Comissão para a Conservação dos Recursos Vivos Marinhos Antárticos (CCRVMA) tente acabar com a prática.
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Dificuldades para acabar com a caça às baleias
“Somente a CIB pode fechar o vácuo legal que permite que elas sejam caçadas em uma área protegida ”, disse Johnson. “A CCRVMA precisa dar um passo adiante e trabalhar ao lado da CIB para assegurar que isso aconteça.
A CCRVMA não pode controlar a caça no Mar de Ross ao mesmo tempo que os países que fazem parte da CIB têm o poder de conceder algumas permissões para a captura de cetáceos. No caso japonês, o território possui autorização para caçar até 333 indivíduos da espécie baleia-anã por ano, até 2027, no Oceano Antártico.
Para a Comissão Internacional da Baleia, ao menos 75% de seus 88 membros precisam mostrar apoio para que cotas de captura sejam fixadas. No entanto, Toquio quer mudar esta regra e transformá-la em maioria simples.
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Em 1986, o país assinou a moratória total sobre a caça de baleias
para fins comerciais. O objetivo era conservar espécies ameaçadas, contudo, o Japão continuou com programas de "captura científica", justificado como uma maneira de gerir os recursos marinhos.
*Com informações da Agência Brasil