Ao menos 22 pessoas são comidas vivas em "surto" de ataques de tigres na Índia
A população acusa os guardas florestais de não conseguirem controlar a situação, que tem deixado os moradores de Lakhimpur Kheri em pânico
Por iG São Paulo |
28/03/2018 14:26:07
Diversos ataques de tigres deixaram ao menos 22 pessoas mortas, em um ano, no distrito de Lakhimpur Kheri, na Índia. De acordo com o portal Daily Mail , a localidade fica próxima de florestas declaradas reservas ambientais em 2014, o que tem aumentado o número de felinos na região.
Leia também: Maior cobra do mundo engole cervo de 30kg e garante alimento para o ano inteiro
Em vídeos gravados recentemente, moradores desesperados são vistos correndo dos animais e até mesmo subindo em árvores para se proteger, cenas que têm acontecido com uma frequência cada vez maior. Cerca de 250 pessoas moram extremamente próximas das reservas, e segundo algumas delas relataram, os locais estão com medo de saírem sozinhos: alguns até mesmo preferem permanecer em casa durante a noite, sabendo que os tigres são caçadores noturno.
Um dos casos incluiu o desaparecimento de uma mulher, que entrou em uma plantação de cana-de-açúcar e não retornou para casa. Uma hora depois, sua família saiu para procurá-la e encontrou apenas metade de seu corpo. No ano passado, fazendeiros relataram ter que cercar os animais, sem a ajuda de guardas, para evitar novas mortes.
Leia também: Elefante é flagrado "fumando" na Índia e intriga especialistas; assista ao vídeo
Impasse nacional
A fronteira das reservas tem mais de 600 quilômetros de extensão e é cortada por três rodovias federais, duas estaduais, 47 vias distritais e mais de outras 20 estradas locais. Além disso, toda a região é cercada por fazendas, sendo que algumas estão a cerca de apenas nove metros de distância da reserva. Muitos de seus donos não têm recursos para instalar cercas, o que deixa os moradores em uma situação de vulnerabilidade.
A situação é considerada um impasse nacional: mais de 22 pessoas foram mortas e, em contrapartida, as autoridades explicam que a criação das reservas foi a responsável por dobrar a população de animais ameaçados de extinção.
O governo decidiu pagar um milhão de rúpias (cerca de R$ 50 mil) para as famílias das vítimas mortas fora das reservas, mas os moradores reclamam da ineficiência dos guardas florestais, que não conseguem conter a situação.
Leia também: Cientistas descobrem motivo por trás de "mistério" da leoa que desenvolveu juba
Para especialistas, as mortes só serão controladas com um melhor planejamento das medidas florestais: com a criação de “corredores verdes”, por exemplo, para que animais como os tigres possam se movimentar, isso evitaria o contato com os humanos da região.