Criaturas bizarras invadiram a costa oeste dos EUA – e ninguém sabe o porquê
Com aparência alongada e gelatinosa, as estruturas têm cerca de 15 centímetros, brilham no escuro e se reproduzem sozinhas; veja imagens
Por iG São Paulo |
04/07/2017 12:58:34
Milhares de criaturas bizarras estão aparecendo na costa oeste do Pacífico Norte. Elas podem parecer inofensivas, porém, os cientistas norte-americanos estão preocupados com os efeitos dessas estranhas estruturas nos ecossistemas marinhos da região.
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O nome oficial desses organismos, que têm em média 15 centímetros de comprimento, é pirossomo – que significa "corpo de fogo", já que as estruturas bizarras são bioluminescentes. Por mais que um pirossomo pareça ser um organismo único, ele é formada, na realidade, por milhares de criaturas invertebradas e filtradoras.
Por gostarem de climas mais úmidos, segundo o portal ABC News , os pirossomos são geralmente encontrados na região dos Trópicos. Mas, desde 2014, quando as águas do Pacífico esquentaram ligeiramente, eles começaram a aparecer na América do Norte, entre a Colúmbia Britânica, no Canadá, e o estado de Oregon, na costa oeste dos Estados Unidos.
Entretanto, ficou um pouco complicado de entender a situação neste ano, quando o oceano voltou a apresentar temperaturas mais frias e as criaturas não desapareceram. Muito pelo contrário, os tubos gelatinosos surgiram em uma quantidade massiva, nunca antes vista – e até conseguiram atingir o estado do Alasca.
Loads of these pyrosomes, or "fire bodies" have been showing up around the Pacific, little sand coloured gherkins! https://t.co/9H9JHKwvJW pic.twitter.com/5SbMTY5yUg
— Mr Drew Photography (@MrDrewPhotos) 3 de julho de 2017
Segundo o site National Geographic , cientistas estão tentando descobrir o que causou o surto de pirossomos no Pacíficio Norte, mas, até agora, não obtiveram sucesso. Além disso, também não está claro se as criaturas podem causar algum tipo de impacto nos ecossistemas, por mais que essa questão preocupe os especialistas.
Um dos medos dos cientistas, inclusive, é que a decomposição dos corpos dessas criaturas possa comprometer o oxigênio da costa marinha, colocando em risco a fauna do local.
Outros aspectos da costa oeste da América do Norte, porém, foram afetados. Alguns pescadores de salmão, por exemplo, desistiram da prática porque "a situação chegou ao ponto de impedir os trabalhadores de efetivamente pescarem", declarou Leon Shaul, do Departamento de Pesca do Alasca, ao mesmo portal. As estruturas monopolizaram a região, e quando os pescadores puxam suas redes, se deparam com centenas de pirossomos – e nenhum peixe.
Meia usada ou animal estranho?
O fundo do mar ainda reserva muitos mistérios para a ciência, mas pelo menos um deles já foi resolvido: o animal Xenoturbella, que mais se parece com uma meia usada, é tão bizarro que os cientistas passaram 60 anos sem descobrir o que era ou mesmo qual seria sua localização no reino animal.
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As Xenoturbellas foram descritas pela primeira vez em 1949. As criaturas bizarras do oceano não têm olhos, cérebro nem intestino. Só uma pequena boca escancarada que recebe alimentos - e depois descarta resíduos.