O ano de 2024 ficou marcado por eventos astronômicos , em quase todos os meses do ano. Entre os fenômenos estão eclipses , chuvas de meteoros , cometas e atividades intensas no sol.

Separamos alguns momentos em nosso sistema solar que marcaram o ano de 2024. 

Pico da chuva de meteoros Quadrântidas

Chuva de Meteoros Quadrântidas
Starwalk Space
Chuva de Meteoros Quadrântidas

O ano de 2024 começou com a possibilidade de observar a  chuva de meteoros Quadrântidas , que teve o seu pico entre os dias 3 e 4 de janeiro.

Embora o fenômeno tenha sido mais visível no Hemisfério Norte do que do Hemisfério Sul , os amantes de astronomia também tiveram a chance de assistir no Brasil , principalmente na região norte do país.

Meteoros são fragmentos de asteroides desintegrados e partículas de cometas que formam trilhas de poeira ao redor do Sol. Anualmente, a Terra cruza essas trilhas, e os pequenos pedaços de rocha e poeira interagem com a atmosfera terrestre, produzindo espetáculos luminosos e coloridos conhecidos como chuvas de meteoros.

Lua Cheia dos Vermes e eclipse

A Lua Cheia dos Vermes brilhou no céu noturno no dia 25 de março. O satélite natural recebe esse nome quando fica posicionado na constelação de Virgem. Embora a fase cheia tecnicamente dure apenas um instante — no momento em que a Lua está oposta ao Sol em relação à Terra — seu disco aparenta estar completamente iluminado tanto no dia anterior quanto no posterior.

No mesmo dia, a Lua também apresentou uma sombra penumbral da Terra, resultando em um eclipse lunar penumbral. Durante o evento, cerca de 95,6% da superfície lunar foi obscurecida pela penumbra terrestre.

Eclipse total

O eclipse anular só pode ser visto nas regiões Norte e Nordeste
Jongsun Lee / Unsplash
O eclipse anular só pode ser visto nas regiões Norte e Nordeste

Com certeza, o eclipse total foi um dos momentos astronômicos mais aguardados de 2024. O evento aconteceu em abril e reuniu amantes e curiosos para assistir ao evento em praias e em parques ao redor do mundo. Um das fotos mais icônicas foi postada pelo surfista Italo Ferreira, nas areias do Rio Grande do Norte.

O eclipse solar total teve início no Oceano Pacífico Sul e cruzou a América do Norte, passando pelos países mencionados. A Nasa estimou que 31,6 milhões de pessoas acompanharam o evento. Infelizmente, o fenômeno não pode ser visto em todo o Brasil, por conta da localização ou de estar em uma região com muitas nuvens.

Italo Ferreira posa para o eclipse solar
Marcelo Maragni/Red Bull Content Pool
Italo Ferreira posa para o eclipse solar

O fenômeno acontece quando a Lua se posiciona entre a Terra e o Sol, impedindo que os raios solares atinjam algumas partes do planeta. Nesse momento, o dia fica tão escuro quanto a noite.

No Brasil, o último eclipse solar total tinha acontecido em 1994. Naquele ano, pessoas de quase todo o país puderam acompanhar a ocorrência do evento astronômico.

Atividades do sol

Fase máxima da atividade solar começou no fim deste ano
Reprodução/ Nasa
Fase máxima da atividade solar começou no fim deste ano

Em outubro, o ciclo solar em andamento atingiu a fase máxima. O fenômeno, que ocorre aproximadamente a cada 11 anos, é caracterizado pelo aumento da atividade magnética do Sol, com potencial para impactar o campo magnético da Terra e influenciar diversos aspectos do funcionamento da sociedade.

De acordo com os cientistas da Nasa, a fase máxima começou no fim deste ano, conforme constatado por meio de uma análise detalhada de dados relacionados a erupções solares e outros eventos ligados à atividade da estrela. Apesar disso, ainda não é possível determinar exatamente quando será o pico dessa fase.

Durante o máximo solar, os polos magnéticos do Sol se invertem, e a atividade da estrela atinge níveis elevados, resultando em intensas erupções solares e ejeções de massa coronal.

Auroras boreais

Moradores de algumas regiões de Portugal registraram o raro fenômeno
Reprodução Redes Sociais
Moradores de algumas regiões de Portugal registraram o raro fenômeno

As  auroras boreais proporcionam verdadeiros espetáculos nos céus nas regiões mais próximas aos polos da Terra. Graças a uma série de fortes tempestades solares, esse fenômeno coloriu o horizonte de regiões mais ao sul do que o habitual.

As luzes coloridas e “dançantes” foram vistas em partes da Alemanha, Reino Unido, China e até nos Estados Unidos, incluindo a Nova Inglaterra e a cidade de Nova York no mês de outubro.

Novo planeta rochoso é encontrado na "vizinhança"

Barnard b é encontrado orbitando Barnard, estrela perto do Sol
ESO/M. Kornmesser/Handout via REUTERS
Barnard b é encontrado orbitando Barnard, estrela perto do Sol

Os astrônomos encontraram um novo candidato para pesquisar sobre a vida fora da Terra. Trata-se do Barnard b , um planeta rochoso, 40% menor e com diâmetro estimado em três quartos do tamanho do nosso (cerca de 9.700 km).

Barnard b está orbitando a estrela Bernard, uma anã vermelha a cerca de 6 anos-luz de distância, a estrela mais próxima (que não orbita com outras estrelas) da Terra depois do Sol. Em comparação com o universo, ela é uma vizinha do nosso planeta.

A estrela de Barnard é muito menor e menos luminosa que o Sol, e sua proximidade com a Terra desperta grande interesse entre os astrônomos que buscam exoplanetas potencialmente habitáveis.

No entanto, Barnard b não é um bom candidato para a vida, já que sua temperatura superficial é de aproximadamente 125 ºC, tornando-o extremamente quente. Além disso, o planeta orbita sua estrela em apenas três dias terrestres, estando muito mais próximo dela do que Mercúrio está do Sol.

Surfista na lua

NASA captura fotos de uma 'prancha de surf' na órbita da lua
Nasa/Goddard/Universidade Estadual do Arizona
NASA captura fotos de uma 'prancha de surf' na órbita da lua

A NASA, agência espacial dos Estados Unidos, fotografou um objeto em forma de prancha de surf perto da superfície da Lua em março.

As fotos, tiradas pelo Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO), captaram várias imagens do orbitador lunar Danuri, do Instituto de Pesquisa Aeroespacial da Coreia, enquanto os dois passavam um pelo outro em paralelo, mas em direções opostas, entre 5 e 6 de março, disse a NASA.

A Danuri é a primeira espaçonave da Coreia do Sul na Lua, enquanto a LRO circula o satélite natural da Terra há 15 anos.

Cometa do Diabo

Cometa do diabo
Instragram/Astrobin
Cometa do diabo

Outro fenômeno que marcou o ano de 2024 foi a passagem do Cometa 12P/Pons-Brooks, carinhosamente apelidado de " Cometa do Diabo ". 

Considerado um fenômeno raro, ele pode ser visto no Brasil em abril, claro, se você não estivesse em uma região com muitas núvens, como foi o caso de parte do estado de São Paulo.

O Cometa do Diabo não é um visitante frequente em nossos céus; sua última aparição foi em 1952, e ele é avistado aproximadamente a cada 71 anos.

O apelido peculiar do cometa vem de sua aparência, que se assemelha a um objeto com chifres, motivo pelo qual foi batizado pelo francês Jean-Louis Pons em 1812 e pelo britânico William Robert Brooks em 1883.

"Cometa do Século"

Um dos cometas mais importantes a passar perto da Terra neste século esteve visível com maior nitidez no mês de outubro. Apelidado de "Cometa do Século", o fenômeno foi monitorado por semanas por cientistas e por admiradores.

Entretanto, o evento acabou decepcionando boa parte da comunidade astronômica ao perder o brilho e a sua cauda. Se esperava que o maior brilho viesse após a sua passagem pelo sol, o que acabou não acontecendo.

Outro cometa que acabou decepcionando foi o C/2024 S1 (ATLAS). Apesar do nome parecer uma "sopa de letrinhas", o fenômeno ganhou um nome muito mais apropriado para o Halloween: cometa sem cabeça.

A grande expectativa, porém, não foi confirmada pelo objeto astronômico. O cometa não atendeu as expectativas de luminosidade.

Já em dezembro, a NASA anunciou a descoberta de mais sete “cometas negros”, objetos celestiais peculiares conhecidos há apenas dois anos. Ainda são bastante raros, na verdade, e há apenas 14 conhecidos — incluindo os sete encontrados agora!

Cometa negro como imaginado por cientistas
Observatório Europeu do Sul/M. Kornmesser
Cometa negro como imaginado por cientistas

Os “cometas negros” intrigaram os cientistas e a NASA, pois têm o visual de asteroide, mas se movimentam apenas como cometas. Por isso, causam curiosidade de astrônomos.

Recentemente, a revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences publicou um artigo de Darryl Seligman, pós-doutorando na Universidade Estadual do Michigan, detalhando os astros diferenciados. 

** Formado em Jornalismo pela Universidade de Sorocaba e Técnico de Locução de Rádio pelo Senac. Gosta de contar boas histórias e de conhecer novas pessoas. Amante de esportes, também gosta de pets, animes e de uma boa conversa.

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