Cientistas descobriram o que pode ser a evidência mais antiga de água quente em Marte — que indicaria que o planeta já foi habitável no passado. O estudo foi conduzido por universidades australianas e publicado no Science Advances em 22 de novembro
Para realizar a investigação, os pesquisadores analisaram um grão de zircônio de 4,45 bilhões de anos do meteorito de Marte NWA7034. Isso foi feito quando detectaram os vestígios de fluidos ricos em água.
"Sistemas hidrotermais foram essenciais para o desenvolvimento de vida na Terra e nossa pesquisa sugere que Marte também teve água, um ingrediente chave para ambientes habitáveis, durante o início da formação da crosta", afirmou o coautor do estudo, Dr. Aaron Cavosie, da Escola de Ciências Terrestres e Planetárias da Universidade Curtin.
A descoberta abre caminho para entender os sistemas hidrotermais antigos associados ao magmatismo e a chance de habitabilidade de Marte.
Como foi feita a pesquisa?
Os pesquisadores usaram imagens e espectroscopia em nano escala para identificar os modelos de elementos únicos ao grão de zircônio, incluindo ferro, alumínio, ítrio e sódio.
"Esses elementos foram adicionados durante a formação do zircônio há 4,45 bilhões de anos, indicando que a água estava presente no início das atividades magmáticas de Marte", descreve o cientista.
Segundo a pesquisa, mesmo com os impactos sofridos na crosta de Marte, que causaram uma sublevação na superfície, ainda havia água — mesmo quando o planeta estava sendo formado há mais de quatro bilhões de anos.
Estudo anterior
Em 2022, a Universidade Curtin já tinha realizado outro estudo, analisando o mesmo grão de zircônio , descobrindo que foi baqueado pelo impacto de um meteorito.
"Isso o torna o primeiro e único zircônio 'baqueado' de Marte", acrescentou o especialista.
A nova pesquisa, no entanto, é diferente da que foi realizada antes, pois vai além na tentativa de entender como se deu o início da formação do planeta e na identificação dos indícios de água presentes quando o grão foi formado.
De acordo com o pesquisador, os marcadores apontam que são os indícios de água mais antigos que se sabe da crosta do planeta vermelho .