Buracos negros podem “engolir” um aglomerado de estrelas na Via Láctea
Cientistas analisaram alguns dos chamados aglomerados globulares, que são coleções densamente compactadas de estrelas antigas
Em um bilhão de anos, um aglomerado composto por milhares de estrelas pode se dissolver e se transformar em uma multidão de dezenas de buracos negros. E este destino pode ser fruto da ação de campos gravitacionais do interior desses aglomerados estelares. Essa conclusão é resultado de um novo estudo coordenado por pesquisadores da Universidade de Barcelona, na Espanha.
Para chegar a esses resultados, os cientistas analisaram alguns dos chamados aglomerados globulares, que são coleções densamente compactadas de estrelas antigas. Eles possuem uma forma aparentemente esférica e podem conter até milhões de estrelas. Só na Via Láctea, existem mais de 150 aglomerados globulares.
O foco maior da pesquisa foi Palomar 5, um aglomerado de estrelas localizado a mais ou menos 65.000 anos-luz da Terra, na constelação de Serpens. Palomar 5 é um dos aglomerados globulares mais esparsos conhecidos pelo homem.
Para efeito de comparação, ela tem cerca de 10.000 vezes a massa do sol e 130 anos-luz de diâmetro, contra 200.000 vezes a massa do sol e 20 anos-luz de diâmetro de um aglomerado globular médio. Além disso, ela é conhecida por duas longas caudas que fluem dela.
A hipótese dos pesquisadores é de que a atual natureza esparsa e as longas caudas podem ser consequência da existência de mais de 100 buracos negros espalhados por ela. Os cientistas simularam as órbitas e a evolução de cada estrela dentro de Palomar 5 até a desintegração do aglomerado globular.
Os cálculos da equipe sugerem que dentro de 1 bilhão de anos, Palomar 5 pode ter ejetado todas as estrelas, deixando apenas buracos negros para trás.