Brasil reinaugura estação de pesquisa na Antártica nesta terça-feira
O vice-presidente Hamilton Mourão vai participar da cerimônia de reinauguração. Governo investiu US$ 100 milhões na construção
Por Agência Brasil | | Mauricio de Almeida |
Brasil reinaugura nesta terça-feira (14) a Estação Comandante Ferraz, base de pesquisa do País na Antártica . Os militares da Marinha que trabalham no local estão realizando os últimos testes elétricos e hidráulicos na estação. Do lado de fora, está sendo montada a estrutura onde vai ser realizada a cerimônia de reinauguração que vai contar com a presença do vice-presidente da República Hamilton Mourão.
Leia também: Liberado no Brasil, pesticida derivado da nicotina vira produto ilegal na Europa
O governo Federal investiu cerca de 100 milhões de dólares na construção do novo centro de pesquisas do Brasil na Antártica que possui 17 laboratórios e pode hospedar até 64 pessoas.
O projeto de engenharia da Estação Comandante Ferraz foi desenvolvido para reduzir os impactos ambientais. Trinta por cento da energia consumida no centro de pesquisa vem de fontes renováveis produzidas por placas solares e por uma mini usina eólica instalada no local.
Você viu?
Outro detalhe que chama a atenção é que o calor emitido pelos geradores de energia ao invés de ser lançado para o ar é canalizado para aquecer a usina. Detalhes que fazem a Estação Comandante Ferraz ser considerada uma das estações mais modernas da região Antártica.
O professor de microbiologia da Universidade Federal de Minas Gerais, Luiz Rosa, será um dos primeiros pesquisadores que vai utilizar as novas instalações da nova estação . Ele já está na Antártica montando o laboratório onde vai trabalhar. O professor diz que a nova estação vai permitir que as pesquisas continuem sendo realizadas também no inverno.
Luiz estuda fungos que são encontrados apenas no polo sul. A pesquisa pode ajudar no desenvolvimento de novos antibióticos que poderão ser usados para tratar doenças como dengue e chicungunya. Outra pesquisa desenvolvida pelo professor Luiz permitiu descobrir plantas que ficam durante 6 meses debaixo da neve e sobrevivem. “Por algum motivo elas não congelam e isso pode ajudar no desenvolvimento de anti congelantes para a indústria e também para a medicina”.
O Brasil faz parte de um seleto grupo de 29 países que possuem estações científicas na Antártica. Esta presença é muito importante porque de acordo com o tratado antártico, só quem desenvolve pesquisas na região poderá definir o futuro do continente gelado.
Leia também: Clima tornará Amazônia duas vezes mais inflamável neste século
O professor de Biologia da Universidade de Brasília, Paulo Câmara, que está pela sétima vez na Antártica , diz que a presença brasileira na região tem uma grande importância geopolítica para garantir a participação do país em decisões sobre um continente que apresenta uma grande biodiversidade. “A Antártica é tão importante quanto a floresta amazônica. Aqui encontramos espécies de plantas com 600 anos de existência que ainda são pouco conhecidas”.