Cientistas detectaram a maior colisão entre buracos negros já observada, de acordo com informações divulgadas por fontes acadêmicas nesta terça-feira (4). O acontecimento foi constatado graças a ondas gravitacionais que resultaram na colisão e conseguiram ser identificadas pelos cientistas.
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O novo buraco negro formado por essa colisão é 80 vezes maior que o nosso Sol. Além deste, outros três buracos negros foram identificados por uma equipe formada por integrantes do Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferômetro Laser (Ligo, na sigla em inglês) dos Estados Unidos e a Universidade Nacional da Austrália (ANU, sigla em inglês).
Segundo comunicado da universidade australiana, o maior buraco negro conhecido foi detectado a mais de 9 bilhões de anos-luz de distância, no dia 29 de julho de 2017.
"Este evento também teve os buracos negros girando na mais alta velocidade em todas as fusões observadas. É também de longe a fusão mais distante que já foi observada", declarou Susan Scott, física da ANU.
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Já as outras três fusões resultaram em buracos negros de entre 56 e 66 vezes o tamanho do Sol e foram detectadas em agosto de 2017, entre os dias 9 e 27, a uma distância de entre 3 e 6 bilhões de anos-luz. As fusões foram identificadas depois que os cientistas decidiram retomar o estudo e analisar novamente esses dados obtidos ano passado pela LIGO.
"Estes eram quatro sistemas binários diferentes de buracos negros que se comprimiam e irradiavam fortes ondas gravitacionais para o espaço", explicou Susan.
O objetivo da análise dessas colisões é de que ela possa ajudar aos cientistas a entender melhor a quantidade de sistemas binários de buracos negros existentes no universo, além do tamanho de suas massas e da velocidade com a qual giram durante a fusão, de acordo com a especialista.
As ondas gravitacionais estão sendo importantes mecanismos para a detecção dessas fusões. Previstas por Albert Einstein há um século, através da Teoria da Relatividade Geral, as ondas são vibrações do espaço-tempo que resultam nos acontecimentos mais “violentos” do Universo – como explosões de estrelas – gerando grandes quantidades de energia.
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Nos últimos três anos, foi possível que a equipe detectasse dez colisões de buracos negros e uma colisão da densa estrela de nêutrons, graças à existência das ondas gravitacionais.