Cientistas descobriram uma "Nova Superterra” gelada vizinha ao Sol, com cerca de três vezes mais massa que a estrela e situada a seis anos-luz de distância da Terra. O estudo foi publicado nesta semana pela revista britânica Nature , uma das principais publicações científicas do mundo, e teve como base mais de 20 anos de dados coletados.
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O estudo coordenado por Ignasi Ribas, do Instituto de Estudos Espaciais da Espanha e Catalunha, e por Guillem Anglada-Escúde, da Universidade Queen Mary, de Londres, descobriu que a "Nova Superterra " orbita a já conhecida Estrela Barnard, a estrela individual mais próxima do Sol.
“Após uma análise cuidada, estamos 99% confiantes de que o planeta é real. No entanto, continuaremos a observar esta estrela rápida para excluir possíveis, mas improváveis, variações naturais do brilho estelar que poderiam ser confundidas com um planeta", afimou Ribas.
Pertencente a uma família chamada de “M anões”, a Estrela de Barnard é mais fria e muito menos massiva que o Sol e, por isso, ela é alvo de pesquisas planetárias, já que favorece que pequenos companheiros que estejam em sua órbita sejam detectados.
Por não orbitar em torno do Sol, a Superterra compõe o grupo de exoplanetas e foi detectado com a ajuda dos espectrômetros HARPS e UVES, caçadores de planetas do Observatório Europeu Austral (ESO), instalado no Chile.
Por mais que o planeta se encontre a uma distância relativamente pequena da sua estrela hospedeira (apenas 0,4 vezes a distância entre a Terra e o Sol) o exoplaneta está situado próximo da linha de neve, uma região onde compostos voláteis, como a água, podem condensar-se em gelo sólido.
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Assim, inabitável, o astro tem –170ºC de temperatura devido à pouquíssima luz que recebe – a estimativa é que o planeta recebe da Barnard somente 2% da luz recebida do Sol pela Terra.
O tempo que a “Nova Superterra” leva para dar uma volta completa em torno da Barnard é menor que o da Terra: 233 dias. A descoberta foi feita através da utilização de um método chamado velocidade radial, que envolve a medição de mudanças na velocidade com que uma estrela emite luz a Terra.
A técnica tem como intenção observar as mudanças de comprimento da onda de luz emitida pelas estrelas e capturada pelos telescópios. Simplificando, esse efeito, chamado de Efeito Dopler, é similar ao barulho da sirene de uma ambulância quando ela se aproxima e quando ela se afasta do observador.
A expectativa é de que a próxima geração de equipamentos de medição terrestre, que entrará em operação na década de 2020, possa visualizar o planeta descoberto e medir seu espectro de luz.
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A Estrela de Barnard b, como ficou conhecida a "Nova Superterra ”, é o segundo exoplaneta mais próximo da Terra, sendo chamado por Ribas como "nossa vizinha". Por isso, as pesquisas e estudos em torno do astro podem trazer respostas e avanços significativos no estudo sobre questões como a formação e evolução dos planetas.