Meteorito de 4,5 bilhões de anos pode conter dados sobre início da vida na Terra

Descoberto em 1864 no sul da França, raro meteorito condrito foi estudado por dois anos por cientistas da Universidade de Manchester, na Inglaterra

O meteorito Orgueil é uma verdadeira 'cápsula do tempo' para nos dar informações da época da formação do Sistema Solar
Foto: Reprodução/Universidade de Manchester
O meteorito Orgueil é uma verdadeira 'cápsula do tempo' para nos dar informações da época da formação do Sistema Solar

Um meteorito de 4,5 bilhões de anos, que foi formado durante o surgimento do nosso Sistema Solar, recebeu o nome de Orgueil e poderá ser uma importante fonte de informação para compreender as origens da vida na Terra.

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Segundo o portal britânico Daily Mail , o meteorito tem o tamanho de uma toranja e pesava 14 quilogramas quando foi descoberto, em 1894, no sul da França. Ele faz parte de um grupo muito raro de asteroides, chamados condritos, que não tiveram sua estrutura e composição modificados durante suas trajetórias pelo espaço.

Sendo assim, eles podem funcionar como verdadeiras ‘cápsulas do tempo’. “Condritos são como fotografias do começo do Sistema do Solar, fornecendo informações-chave sobre como protoplanetas e planetas foram formados”, explicou Romain Tartèse, autor do estudo com o Orgueil e pesquisador da Universidade de Manchester, na Inglaterra.

Para analisar a rocha, que é ainda mais rara por ser um condrito carbonáceo, rico em material orgânico, Tartèse e sua equipe pegaram o material emprestado do Museu Nacional de História Natural de Paris e passaram dois anos medindo e interpretando as informações que conseguiram extrair da rocha.

Assim, eles descobriram que Orgueil possui elementos essenciais para a existência da vida. Marcas de oxigênio, nitrogênio, carbono, hidrogênio e enxofre foram encontradas no interior do material, e além disso, ele em si é formado pelos primeiros materiais sólidos responsáveis pela criação do Sistema Solar como água congelada e materiais orgânicos.

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O meteorito e as chances de se habitar outros sistemas solares

Foto: PedRodarte/ Flickr/Creative Commons
O meteorito em questão foi formado na mesma época em que nosso Sistema Solar se consolidava

A pesquisa foi publicada na revista científica PNAS  e seu texto confirma que todo o material orgânico ali encontrado muito provavelmente foi formado a partir de reações químicas, que teriam acontecido durante os primeiros anos do nosso Sistema.

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Os cientistas responsáveis pelo estudo do  meteorito acreditam que o processo de tal formação é simples, e, sendo assim, poderia facilmente acontecer em outros lugares. O que, além de complementar nossos estudos sobre o começo da vida na Terra, pode nos ajudar a compreender as possibilidades de se habitar outros sistemas solares.