Pesquisa revela que civilização Maia comercializava cães há mais de 2 mil anos

Por meio de análise de restos mortais dos animais, estudiosos evidenciaram que cães eram usados em rituais de sacríficos dos Maias, e que faziam parte do comércio da civilização no período entre 700 e 350 antes de Cristo

Pesquisa expôs que cães eram um pouco maiores do que os chihuahuas, e viviam mais tempo por se alimentarem melhor
Foto: Reprodução/Public Domain
Pesquisa expôs que cães eram um pouco maiores do que os chihuahuas, e viviam mais tempo por se alimentarem melhor

Um estudo divulgado na segunda-feira (19) pela equipe de pesquisa do Instituto Smithsonian, nos Estados Unidos, revelou que a civilização  Maia criava e comercializava cães há mais de 2,5 mil anos. Segundo a pesquisa, que analisou restos dos animais encontrados em Seibal, na Guatemala, os animais eram utilizados em cerimônias, o que foi possível deduzir pela localização onde os esqueletos foram encontrados.

Leia também: Funcionário de zoológico é morto por leão após se esquecer de trancar jaula

Os estudiosos defendem que os ossos estavam em uma espécie de "centro cerimonial", o que para eles evidencia que os cães pertenciam a alguém muito importante ou seriam um “presente de prestígio”. Eles também afirmam que os animais eram um pouco maiores do que os chihuahuas de hoje, e viviam mais tempo por se alimentarem melhor.

Comércio de animais

Outros animais encontrados no sítio arqueológico ajudaram a equipe a descobrir que os cachorros eram usados em rituais de sacrífico, e que faziam parte de um mercado no período entre 700 e 350 antes de Cristo (a.C.).

Leia também: Fósseis de “monstro marinho” de meio bilhão de anos são encontrados intactos

Foto: Reprodução/Instituto Smithsonian
Ossos foram encontrados em sítio arqueológico em Seibal, na Guatemala

"Por meio de nossas análises, acreditamos que esses animais passaram a ser inseridos no comércio antes de 400 a.C., quando as pessoas começaram a se tornar sedentárias e a estabelecer acordos para negociação. Na Ásia, África e Europa, a gestão comercial desses animais acompanhou o desenvolvimento das cidades, enquanto que, na América, isso se deu por conta dos ritos durante o Período Clássico, entre 250 e 900 depois de Cristo”, informou a autora principal da pesquisa,  Ashley Sharpe, ao Daily Mail .

Ao estudar os isótopos de carbono, nitrogênio, oxigênio e estrôncio dos restos dos animais, os pesquisadores descobriram também o tipo de alimentação que as espécies possuíam, identificando, assim, se os ossos pertenciam a animais selvagens ou domésticos.  

"Os restos mortais se dividem em dois tipos. O primeiro possui isótopos de carbono mais baixos, que revelam uma alimentação baseada em plantas silvestres, e o segundo tem isótopos maiores, presentes nas espécies alimentadas somente com milho", explicou Sharpe.

Leia também: Cientistas descobrem que dinossauro de 150 milhões de anos voava como um faisão

A pesquisa ainda revelou que os ossos maxilares de dois cães, encontrados no complexo cerimonial, continham isótopos de estrôncio parecidos aos animais de regiões consideradas secas e montanhosas, próximas à atual Cidade da Guatemala. Para a pesquisadora, tal dado aponta a transferência dos cachorros para a América naquela época.