A ideia de realizar transplantes de cérebro e trazer os mortos de volta à vida parece ficção cientifica, mas em breve – dentro de três anos – pode se tornar realidade, de acordo com um controverso cirurgião italiano.
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Conhecido por seus planos de fazer o primeiro transplante de cabeça em 2018, o professor Sergio Canavero afirma que, assim que atingir seu objetivo, vai focar em realizar transplantes de cérebro .
Em entrevista à revista “Ooom”, o professor e diretor do Grupo Turin de Neuromodulação Avançada explicou sua próxima ambição, que envolve o descongelamento de cérebros preservados e o transplante para corpos de doadores.
Por mais que muitos especialistas sejam céticos quanto ao descongelamento de um órgão tão complexo sem que haja danos, Canavero acredita que o primeiro órgão congelado poderá ser acordado em breve.
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Ele pretende reviver corpos preservados pela Fundação Alcor de Extensão da Vida, no Arizona, Estados Unidos. “Nós vamos tentar trazer de volta os primeiros pacientes da companhia, não em 100 anos”, disse o professor.
“Assim que o primeiro transplante de cabeça for feito, ou seja, até 2018, nós seremos capazes de tentar acordar a primeira cabeça congelada. Atualmente, estamos planejando o primeiro transplante cerebral do mundo e eu considero realista que estaremos preparados em no máximo três anos”.
“Um transplante cerebral tem muitas vantagens. Primeiro, quase não há reação imunológica, o que significa que o problema de rejeição não existe. É, de certa forma, um órgão neutro. Se você transplanta uma cabeça com vasos, nervos, tendões e músculos, rejeição é um grande problema”, explicou Canavero.
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Apesar de ser otimista, o cirurgião admite que existem questões físicas e psicológicas preocupantes decorrentes do procedimento. “O que pode ser problemático é que nenhum aspecto do seu corpo será o mesmo”, disse. “Isso cria uma situação que com certeza não vai ser fácil”.
Entretanto nem todos tem uma visão tão positiva. O neurocientista cognitivo Martin Ingvar, do Instituto Karolinska, na Suécia, afirma que o processo criogênico está fadado ao fracasso e acusa seus praticantes de charlatanismo.
“Quando você olha para o cérebro, com 100 bilhões de células e dez mil conexões entre essas e outras células... não é possível que você consiga restaurar o funcionamento disso”, argumentou Ingvar.