Depois de a empresa SpaceX anunciar que vai mandar dois turistas o espaço em 2018 , em uma viagem de uma semana ao redor da lua, surgiu a dúvida: quão segura a viagem é para pessoas pouco treinadas?
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Os turistas vão passar por treinamento, avaliações médicas e físicas para garantir que estão em condições de viajar ao espaço . Ainda assim, astronautas treinados por anos podem sofrer reações adversas e não será diferente com os viajantes.
A primeira dificuldade enfrentada será o enjoo provocado pelo movimento da nave. Isso acontece porque, em gravidade zero, os sensores de equilíbrio que dão a percepção de qual lado é para cima ou para baixo ficam confusos. Essa sensação pode passar dentro de horas ou dias, o que é um problema em um percurso com apenas uma semana de duração.
Outro sintoma comum é o inchaço da face e pernas. Os líquidos corporais que são puxados para baixo pela gravidade na Terra, se espalham pelo corpo fora da atmosfera e podem resultar em partes inusitadas do corpo inchadas.
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A movimentação dos líquidos no corpo também pode desencadear a vontade recorrente de fazer xixi, um verdadeiro empecilho considerando que, em gravidade zero, tudo flutua, inclusive a urina.
Ossos e músculos podem sofrer mudanças, mas devido a curta duração da viagem, os danos não devem durar muito. Entre outros problemas estão possíveis crises de claustrofobia e alteração no ciclo de sono, que refletirá em forte jetlag ao fim da jornada.
Um risco mais baixo, mas potencialmente mais perigoso, é a exposição à radiação. Por mais que fenômenos de radiação sejam raros, também são imprevisíveis e podem durar até dois dias. Um humano exposto a esses eventos pode ficar doente e até morrer.
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“Com o turismo espacial, mandaremos pessoas menos saudáveis que os astronautas dentro de uma nave. Se eles tomam remédios ou tem doenças preexistentes, não temos como saber como irão reagir à viagem porque nunca vimos isso antes”, afirmou o especialista em altitude espacial e medicina em condições extremas, Daniel Grant.
O maior risco, entretanto, continua sendo o de explosão durante o lançamento, no espaço, ou ao retornar à atmosfera terrestre. Por mais que a tecnologia tenha evoluído desde a última missão com humanos na lua, há 45 anos, é impossível prever acidentes.