De onde vêm as árvores de São Paulo?

Conheça as "fabricas" verdes que ornam a capital paulista


Estufa 6 do viveiro Manequinho Lopes
Foto: Heloisa Ballarini/SECOM
Estufa 6 do viveiro Manequinho Lopes

As árvores e plantas que adornam as ruas de São Paulo são cultivadas em três viveiros: Manequinho Lopes (VML), localizado ao lado do Parque Ibirapuera, Arthur Etzel (VAE) no Parque do Carmo e Harry Blossfeld (VHB) no Parque CEMUCAM, em Cotia.

O principal papel destes viveiros é garantir que a cidade tenha um "banco" de mudas grande o suficiênte para que as praças, parques, bosques e ruas da cidade possam repor espécies danificadas ou derrubadas por eventos climáticos.

Os viveiros são administrados pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA)  e cada um tem seu papel específico: O Viveiro Harry Blossfeld é o principal responsável pela produção de mudas de árvores nativas, importantes para a arborização urbana e o combate às ilhas de calor. Já o Manequinho Lopes e o Arthur Etzel focam na produção de espécies ornamentais e medicinais, garantindo a beleza do paisagismo e a biodiversidade nas áreas públicas.

Além do fornecimento de mudas para órgãos municipais e doações, os viveiros atuam como um "banco genético", preservando mais de mil espécies. Investir em sua manutenção é importante para garantir que haja reposição rápida quando necessário, o funcionamento do "ecossistema" urbano e o bem-estar da população, que se beneficia diretamente de um ar mais limpo, ruas mais frescas e de espaços de lazer mais bonitos.

Nomes e história

O viveiro Manequinho Lopes foi criado em 1928, em homenagem ao primeiro administrador da Divisão de Matas de SP. Já o viveiro Harry Blossfeld surgiu nos anos 1960, com o nome de um botânico alemão e por último, o viveiro Arthur Etzel, que implantado em 1987 no Parque do Carmo, homenageia o sucessor de Lopes no paisagismo paulista.

Outros espaços de preservação

Outro braço de conservação da flora paulista é o Herbário Municipal, que recentemente identificou 673 espécies de árvores nativas  na cidade de São Paulo. O Herbário, tem como missão identificar e catalogar as espécies. Cada tipo de planta tem uma amostra colhetada, seca e prensada, para que pesquisadores tenham acesso prático a cada uma, como em uma bibliotéca.

O acervo do Herbário Municipal possuí mais de 21 mil espécimes vegetais, e agora mais 673, dos quais 54 estão sob ameaça de extinção em três estágios: extinta, criticamente em perigo, em perigo e vulnerável.

O biólogo Eduardo Hortal Pereira Barretto, coordenador do Herbário Municipal e responsável pela pesquisa que achou as novas espécies, chama a atenção para a biodiversidade na cidade de São Paulo,:

"Para termos uma ideia, podem ser encontradas no território paulistano cerca de um terço das espécies arbóreas nativas do estado de São Paulo”.

O plantio e apreservação das espécies deve ser feito de forma inteligente e planejada, evitando espécies de outros ambientes:

“A importância da lista vai além do registro e orienta também o plantio correto no município. Historicamente, o uso indiscriminado de espécies exóticas traz um risco inerente de aumento da ocorrência de espécies invasoras, uma vez que outras podem vir a se tornar problemáticas. Elas competem com as nativas a ponto de se sobrepor nos ambientes naturais, causando perda de diversidade” , afirma a engenheira florestal do Herbário Municipal, Luara Granato.