Faixa de indígena pisoteado em evento da USP causa revolta

Estudantes indígenas da universidade consideraram a representação ofensiva e violenta

Faixa de alunos de medicina da USP gera polêmica
Foto: Reprodução/Instagram
Faixa de alunos de medicina da USP gera polêmica

Uma faixa exposta pela Atlética da Faculdade de Medicina da USP, em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, gerou protestos e acusações de racismo nesta semana. O cartaz mostrava uma caveira, considerado um símbolo do curso, pisando sobre um indígena rendido, ao lado de figuras de um urso e uma serpente. A imagem trazia ainda a frase: “Pela caveira eu dou a minha vida” .

Estudantes indígenas da universidade consideraram a representação ofensiva e violenta. Integrantes do movimento Levante Indígena rasgaram a faixa após receberem o material da própria Atlética, sob pressão da comunidade acadêmica.

Em nota, o grupo repudiou o ato: “Trata-se de racismo anti-indígena, um desenho extremamente violento que atualiza os 525 anos de violência colonial” . O movimento também cobrou retratação pública das atléticas e criticou o uso de elementos da cultura indígena como mascotes.

A Atlética afirmou que não teve intenção de endossar o racismo e explicou que a faixa fazia referência à competição esportiva Intermed, em que outros cursos de Medicina usam símbolos como o indígena (Unifesp), a serpente (Santa Casa) e o urso (Faculdade do ABC). Segundo a entidade, a escolha foi “uma tentativa de representar rivalidades”, mas reconheceu falta de sensibilidade: “Ouvimos e entendemos o protesto. Acreditamos na importância do letramento racial dentro das Atléticas” .

A direção da Faculdade de Medicina da USP declarou ter pedido a retirada imediata da faixa, afirmando que não compactua com manifestações de violência, preconceito ou discriminação.

Portal iG  entrou em contato com a Atlética de Medicina da USP, mas não recebeu retorno até a última atualização desta matéria.