Diploma falso e assinaturas diferentes: veja as incoerências no laudo publicado por Marçal

O ex-couch compartilhou um suposto laudo que afirma que o concorrente Guilherme Boulos (PSOL) teria procurado ajuda médica por consumo de drogas

Ex-couch Pablo Marçal e Luiz Teixeira da Silva Junior, dono da clínica Mais Consulta
Foto: Instagram/@dr.luiz.teixeira
Ex-couch Pablo Marçal e Luiz Teixeira da Silva Junior, dono da clínica Mais Consulta

Na noite da última sexta-feira (4), o ex-coach e  candidato à Prefeitura de SP Pablo Marçal (PRTB)  compartilhou em suas redes sociais um  suposto laudo, em que afirma que o também candidato à Prefeitura de SP Guilherme Boulos (PSOL) teria buscado atendimento por consumo de drogas. Entretanto, o documento possui algumas incongruências, desde a clínica em que ele foi emitido, quanto assinatura do médico responsável.

Dono da clínica teria falsificado diploma?

médico  responsável pela clínica que emitiu o  suposto laudo  já foi condenado por  falsificar diploma de curso de medicina e ata de colação de grau.

Luiz Teixeira da Silva Junior , que é dono da clínica  Mais Consulta , foi condenado a dois anos e quatro meses de prisão por falsificar documento público e por uso de documento falso. A condenação aconteceu em primeira instância.

O caso ocorreu em 2021 e foi julgado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região. A pena privativa de liberdade, no entanto, foi substituída por pena restritiva de direitos, com Silva Junior sendo obrigado a cumprir 840 horas de serviços à comunidade e pagamento de multa.

Na época, Silva Junior teria apresentado ao Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremes-RS) um diploma de graduação em medicina para conseguir o registro profissional. No entanto, a entidade apurou a veracidade dos papéis e consultou o Centro Universitário Serra dos Órgaos (Unifeso). Foi constatado que o referido nunca tinha estudado na instituição.

As investigações, na época, não ouviram o acusado "porque se encontrava na condição de foragido, em virtude de decreto prisional exarado pela Justiça do Estado de SP".

Ele, no entanto, apresentou sua defesa em juízo. Na sentença, a Justiça afirma que a versão apresentada foi "bastante inverossímel no sentido de que contratara os serviços de um despachante para que sua formação acadêmica em Biomedicina fosse transmutada em Medicina".

Silva Junior ainda teria "realizado cursos de extensão com finalidade de que os créditos dali advindos servissem para uma espécie de revalidação de sua certificação profissional". 

Assinaturas diferentes no laudo

Outra incongruência no suposto laudo médico publicado pelo ex-couch está na assinatura atribuída ao médico José Roberto de Souza, que já morreu. A grafia presente no documento compartilhado por Marçal é diferente da que aparece em um documento judicial de 2019.

Segundo as informações do UOL , no documento compartilhado pelo candidato, com data do dia 19 de janeiro de 2021, a assinatura se difere de uma procuração em um processo de Souza no TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), de 2019.

Comparação das assinaturas
Foto: Reprodução/Uol
Comparação das assinaturas


Desde o início da campanha, o candidato do PRTB acusa Boulos de ser usuário de cocaína, já tendo sido condenado pela Justiça Eleitoral para derrubar publicações nas redes sociais sobre o assunto.

Em uma transmissão nas redes sociais, Boulos afirma que pedirá a prisão de Pablo Marçal. Para o candidato, o ex-couch "não tem limites", e ressalta que o documento possui erros de ortografia e documentais.